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2024: um ano desafiante e dominado pela IA generativa

O ano de 2023 fica marcado pela inflacção, pela instabilidade económica, pela situação geopolítica e por uma incerteza quanto ao futuro. O sector das TIC continua a ser um dos mais resilientes mas, em Portugal, o contexto político e os atrasos na implementação do Plano de Recuperação e Resiliência podem afectar o crescimento das empresas neste novo ano. Quase todos os líderes consideram que 2024 vai ser um ano desafiante e marcado pela tecnologia da inteligência artificial generativa; a maioria mantém-se moderadamente optimista.

Ana Rosado, partner da askblue.

Prudência nos investimentos
Ana Rosado, partner da askblue, esclarece que a empresa «prosseguiu a sua estratégia de consolidação, entregando projectos cada vez mais complexos em grandes clientes» e que, a nível da internacionalização, foi «reforçada a operação no Brasil, que arrancou no final de 2022, com um novo escritório em São Paulo». A responsável afirma que «mais que crescer, a palavra de ordem em 2023 foi ‘consolidar’». Ana Rosado salienta que houve «alguma retracção no investimento, associada a uma preocupação com os custos e a uma consequente necessidade de fazer escolhas» e o «contexto actual não requer arrojo, mas prudência». É por isso que considera que «mais que ideias disruptivas, houve um foco para reforçar e/ou desenvolver iniciativas de eficiência operacional». Dentro da askblue, a aposta foi numa «melhoria dos processos internos, da informação de gestão, entre outros aspectos, o que irá certamente permitir crescer mais e melhor no próximo ano».

O próximo ano vai «continuar a ser marcado por um contexto de prudência nos investimentos, nomeadamente na primeira metade do ano», sublinha a responsável. Já do ponto de vista de tendências tecnológicas, Ana Rosado destaca as áreas de «business intelligence, IA generativa, data e analytics» e de tendências como «delivery centers» para «dar resposta à entrega de um volume considerável de iniciativas ou a necessidade de renovação tecnológica». É aqui que a empresa nacional entra “em jogo”: «Nestes casos, cabe-nos ajudar a minimizar o investimento e atingir o objectivo final».

André Reis, CEO da Databox.

Bons resultados e optimismo
A área da distribuição não teve um ano especialmente bom, na maioria dos mercados europeus, mas Portugal acabou por ser uma excepção e uma geografia em que as empresas conseguiram bons indicadores de negócio. O CEO da Databox, André Reis, faz um resumo do ano de 2023: «Estamos muito satisfeitos e orgulhosos com os resultados obtidos neste ano que agora termina, apesar de reconhecermos que 2023 trouxe alguns desafios acrescidos ao mercado e, consequentemente, à Databox».

O responsável revela, à businessIT, a estratégia que conduziu ao bom desempenho: «O plano que definimos para acompanhar os índices de crescimento alcançados nos últimos anos revelou-se eficaz e a maioria das estratégias implementadas funcionaram na sua globalidade. Continuámos a investir numa relação de proximidade com os parceiros. O extraordinário apoio que sentimos dos fabricantes com quem trabalhamos também foi imprescindível para o sucesso alcançado».

André Reis indica que os sinais económicos mostram que o ano que se avizinha não vai ser fácil: «A nossa previsão é que 2024 seja um ano igualmente desafiante para a Databox e para a distribuição de TI em Portugal. Ainda assim, é com muito optimismo que avançamos para o novo ano. Sentimos que ainda temos capacidade para inovar e crescer. Disponibilizaremos mais soluções; temos boas perspectivas de negócios que iremos concretizar e estamos muito expectantes de que existirão valiosas oportunidades que farão de 2024 um bom ano para a Databox».