Crescimento reduzido a nível nacional, europeu e mundial: assim será 2024, de acordo com a maioria dos agentes económicos. O Banco de Portugal está pessimista sobre o crescimento da economia, prevendo que o PIB de 2023 fique nos 2,1% e reduza para 1,5%, em 2024; já a OCDE acredita que se vai situar nos 1,2%. No entanto, a nível da inflacção, a situação deve melhorar em relação a 2023, o que poderá ser importante para a vida das empresas e consumidores.
Em Setembro, a IDC reviu em baixa o crescimento do mercado nacional de TI: «A previsão passou de cerca de 4% para 0,8%», diz Gabriel Coimbra, group vice president & country manager da IDC Portugal. No entanto, a consultora revela que o investimento directo na transformação digital vai continuar a aumentar a uma taxa média anual de 14,5% até 2025 e o mercado de TI nacional deve aumentar 4%, no próximo ano.
Gabriel Coimbra realça que a transformação digital continua a ser o driver do mercado: «A inovação é a única forma de conseguirmos mudar o status quo, de criar valor e resolver problemas, até mesmo em contextos financeiros e geopolíticos adversos, tais como, a inflacção e a guerra. Por essa razão, acreditamos que a transformação digital vai representar 50% de todo o investimento nacional em TIC, até ao final de 2025».
A consultora estima que, entre 2022 e 2025, os investimentos directos na digitalização do País vão registar um crescimento anual médio de 14,5%. Além disso, segundo o responsável, «70% dos investimentos em TI em Portugal, que vão atingir 5,3 mil milhões de euros, em 2023, serão feitos em tecnologias de terceira plataforma», ou seja, em cloud, mobile, big data e analytics e social business. No entanto, o atraso previsto pelos analistas na execução do PRR nacional e dos respectivos fundos para a transformação digital, em virtude da queda do Governo e da dissolução da Assembleia da República, pode condicionar o crescimento que se perspectivava para o mercado de TI em Portugal.
Um ano de desafios interessantes
A Logicalis Portugal diz que 2023 foi um ano «pautado por crescimento em diversas áreas, desde recursos, managed services, até à facturação, e também de investimento em segmentos que são importantes para a multinacional tanto global como localmente», sublinha João Martins, CEO & board member da empresa. No entanto, o responsável reconhece que tem sido desafiante» até ao momento, já que a tecnológica ainda tem mais um trimestre pela frente – o ano fiscal termina apenas em Março.
Para 2024, João Martins diz que a estratégia passa por «trazer para Portugal o SOC [security operations center] do grupo» e apostar em serviços geridos: «Pretendemos manter o crescimento qualitativo na área dos managed services, convertendo grande parte do negócio que temos para a componente de serviços, que já ultrapassa os 55% da nossa facturação. Será o ano de arranque do SOC e, portanto, será um ano interessante».