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2024: um ano desafiante e dominado pela IA generativa

O ano de 2023 fica marcado pela inflacção, pela instabilidade económica, pela situação geopolítica e por uma incerteza quanto ao futuro. O sector das TIC continua a ser um dos mais resilientes mas, em Portugal, o contexto político e os atrasos na implementação do Plano de Recuperação e Resiliência podem afectar o crescimento das empresas neste novo ano. Quase todos os líderes consideram que 2024 vai ser um ano desafiante e marcado pela tecnologia da inteligência artificial generativa; a maioria mantém-se moderadamente optimista.

Tiago Esteves, principal solution engineer da Salesforce Portugal.

O domínio da IA
A Salesforce diz que 2023 foi um ano de «autêntica viragem»; Tiago Esteves, principal solution engineer da empresa, “culpa” a inteligência artificial por doze meses cheios de «casos práticos, onde a aplicação da tecnologia» permitiu o «aumento da produtividade com segurança e confiança». Assim, o balanço «é muito positivo», já que a Salesforce esteve a «trabalhar em inovações que terão um impacto real e benéfico na produtividade dos profissionais e na agilização do trabalho no geral, independentemente do sector de atividade das empresas». O ano que entra agora não será muito diferente, como refere o responsável: «Vamos aprofundar questões da maior importância quando trabalhamos com tecnologias tão disruptivas como a IA generativa. Se, por um lado, vamos ver uma enorme transformação do mercado, onde as empresas que não abraçarem a inovação, vão ficar para trás, vamos também ter de lidar com grandes desafios em torno da confiança e segurança».

Tiago Esteves explica que a IA «apenas entrega os resultados esperados quando for alimentada por dados concretos e de confiança»; o responsável diz que se pode esperar, neste novo ano, um «forte foco contínuo na privacidade e conformidade dos dados». O principal solution engineer da Salesforce considera ainda que terá de existir uma aposta em competências de IA generativa: «Para minimizar riscos e construir um ambiente onde a segurança é a base de tudo, é essencial haver formação, pois de nada serve ter a tecnologia, se os profissionais não sabem tirar o maior partido dela, garantindo a sua correcta utilização».

 

Ricardo Parreira, CEO da PHC Software.

Aposta em crescer internacionalmente
Foi o «ano do ChatGPT e da IA generativa», diz Ricardo Parreira, CEO da PHC Software, sobre 2023. O responsável da empresa nacional indica que o «impacto é inegável» e refere um estudo do MIT Research que «identificou que um knowledge worker, como a maior parte das que trabalham na PHC, produz 37% mais rápido e com 20% melhor qualidade com a ajuda da IA generativa». Ricardo Parreira sublinha que a PHC acredita que as empresas que optem por incorporar esta tecnologia «vão sobreviver em mercados altamente competitivos» e é por isso que a empresa criou o «primeiro assistente baseado em IA generativa num software de gestão, a Cris».

Os últimos doze meses foram «óptimos para a PHC» e Ricardo Parreira refere as perspectivas para 2024: «Vamos continuar a apostar na IA generativa e na Cris, uma vez que a tecnologia não demonstra sinais de abrandar. Queremos acompanhar e adaptar a Cris constantemente para corresponder às necessidades dos gestores que trabalham connosco. De um ponto de vista de internacionalização, já temos software em 25 países e escritórios em cinco, queremos concentrar-nos nestes antes de expandir». Ainda sem os valores de fecho do ano, o CEO destaca que, «em 2022, as vendas cresceram 38% internacionalmente, acima da média de 14%» da empresa. Os mercados que mais devem contribuir para os resultados do ano são três: «Os nossos parceiros angolanos, moçambicanos e de Cabo Verde estão a trazer um forte impulso a estes mercados que esperamos ver reflectido em 2024».