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2024: um ano desafiante e dominado pela IA generativa

O ano de 2023 fica marcado pela inflacção, pela instabilidade económica, pela situação geopolítica e por uma incerteza quanto ao futuro. O sector das TIC continua a ser um dos mais resilientes mas, em Portugal, o contexto político e os atrasos na implementação do Plano de Recuperação e Resiliência podem afectar o crescimento das empresas neste novo ano. Quase todos os líderes consideram que 2024 vai ser um ano desafiante e marcado pela tecnologia da inteligência artificial generativa; a maioria mantém-se moderadamente optimista.

Octávio Oliveira, director-geral da Eviden em Portugal.

Objectivo é crescer
Em 2023, a Atos passou para Eviden e Octávio Oliveira, director-geral da empresa em Portugal, explica que, «no mínimo», foi «desafiante». Entre os motivos apresentados estão a «conjuntura económica mundial, que constituiu um factor de desaceleração agravado pela instabilidade política recente», os «atrasos em decisões de grandes projectos e o facto de o mercado ter «voltado a ser price driven». Mas o ano de criação da Eviden também foi «gratificante» e o responsável indica as razões: «Entrámos em novas contas com novas soluções, nomeadamente no domínio da realidade aumentada. Os nossos clientes continuam a confiar em nós para nos entregarem novos projectos, tendo merecido ainda a confiança de mais colaboradores que aceitaram trabalhar connosco».

Já para 2024, a Eviden «focar-se-á no crescimento e geração de valor em áreas de franco crescimento e apetência de mercado como, por exemplo, IoT, IA e IA generativa, […] em que o conhecimento é mais percepcionado e valorizado e mais imune ao factor preço». A empresa quer introduzir no mercado nacional «algumas das melhores práticas já desenvolvidas a nível internacional» que acredita serem «diferenciadoras». Assim, a Eviden vê 2024 como mais um ano «desafiante e necessariamente gratificante», o que permitirá «crescer mais e melhor com a nova marca».

João Fradinho, country manager da Brother Portugal.

Perspectiva optimista
João Fradinho, country manager da Brother Portugal, concorda com os outros líderes entrevistados pela businessIT e revela os desafios sentidos, mas também os bons momentos: «O ano de 2023 ficou marcado pela regularização da oferta, ou seja, conseguimos os níveis de stock dos equipamentos para satisfazer a procura existente. Alcançamos um crescimento significativo em todas as gamas de produto e retomámos as nossas promoções habituais com o objectivo de maximizar as vendas».

O responsável realça ainda o «crescimento do serviço de gestão de impressão de managed print services (MPS) e dos equipamentos no segmento da rotulação e etiquetagem».

A Brother «espera um ano com uma procura muito alinhada a 2019 e 2023», diz João Fradinho, que diz haver «uma perspectiva optimista no que diz respeito ao crescimento das vendas e, consequentemente, num aumento de quota de mercado». Isto deve-se a diversos factores, como evidencia o country manager: «Os lançamentos das novas gamas laser a cores e monocromáticas SOHO e profissional permitir-nos-á sermos mais competitivos e levará a uma maior procura da nossa marca. Prevemos a continuidade da valorização do nosso serviço de custo por página (MPS), proporcionando assim uma redução de custos significativa e facilidade na gestão do parque de impressão».