Em Foco

Hiperautomação: o novo horizonte da eficiência empresarial

Numa era onde a digitalização se tornou a espinha dorsal do sucesso empresarial, a hiperautomação emerge como um elemento crucial na manutenção de uma vantagem competitiva. A transição para uma operação totalmente digital, incorporando automação inteligente de ponta a ponta, não é apenas uma melhoria incremental, mas um salto para a transformação e criação de modelos de negócio revolucionários. Este é o mundo da hiperautomação - um fenómeno que não é apenas uma tendência passageira, mas uma mudança de paradigma fundamental, remodelando o panorama empresarial e abrindo portas para novas oportunidades e desafios no mercado global.

Lenny Kuhne/Unsplash

As operações digitais são fundamentais para manter uma vantagem competitiva. A questão é que, hoje, a maioria das organizações, não só em Portugal mas um pouco por todo o mundo, opera numa mistura de diferentes níveis de automatização: desde processos completamente automatizados a processos totalmente manuais. Os especialistas admitem que esta variação ao longo da cadeia de valor tem impacto na eficiência e na satisfação do cliente, uma vez que um mesmo processo pode passar por várias tarefas manuais e semi-automatizadas desarticuladas para ser concluído. A mudança para uma operação totalmente digital com automação inteligente de ponta a ponta pode melhorar significativamente as operações comerciais existentes, ao mesmo tempo que permite uma verdadeira transformação: a criação de modelos de negócio completamente novos que permitem a uma organização superar a concorrência e expandir-se para novos mercados.

O Gartner define a hiperautomação como «uma abordagem disciplinada e orientada para a empresa que as organizações utilizam para identificar, examinar e automatizar rapidamente o maior número possível de processos empresariais e de TI» e identifica-a como uma das principais tendências tecnológicas estratégicas. Prevêem que o mercado de hiperautomatização tenha atingido os 52,2 mil milhões em 2022 e ascenda aos 121,3 mil milhões em 2028, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) esperada de 15,2%.

A hiperautomatização não é uma tendência passageira, dizem os especialistas, mas um verdadeiro mudança de paradigma. As pequenas e médias empresas serão a força motriz desta revolução, seguidas pelos principais intervenientes nos sectores da logística, automóvel, aeroespacial, alta tecnologia e energia. As empresas que não adoptarem esta tecnologia correm o risco de ficar para trás num cenário cada vez mais competitivo.

Entretanto, o relatório do Fórum Económico Mundial de 2023 indica que, nos próximos cinco anos, 25% dos empregos vão ser diferentes. Vão surgir funções ligadas à Inteligência Artificial, à automatização robótica de processos (RPA) e a machine learning. A hiperautomação vai trazer eficiência às tarefas repetitivas, permitindo que os empregos sejam mais baseados em características humanas como a empatia. Vai também trazer novas funções como Especialista em IA, Analistas de Business Intelligence, Analistas de Segurança da Informação, Analistas e Cientistas de Dados, Engenheiros Robóticos e Gestor da Interação Humanos-Máquinas. Tudo isto exige novas competências nos colaboradores, nomeadamente em tecnologias da informação. Bem-vindos ao maravilhoso mundo da hiperautomação.

A Revolução da Hiperautomação
A hiperautomação, um termo cunhado pelo Gartner em 2019, representa uma era de convergência tecnológica focada na automação orientada aos negócios. Esta abordagem inclui desde tecnologias maduras como BPM/Workflow e RPA até inovações recentes como a Inteligência Artificial. Rui Garcia Santos, especialista em Vendas de Automação na IBM Portugal, destaca o papel significativo da empresa norte-americana na materialização dessa visão com soluções integradas que transformam o ambiente de trabalho e elevam a produtividade.