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2022 será o ano da recuperação 2.0, mas também das oportunidades

Depois de mais um ano de pandemia, marcado pela falta de chips, a maioria das empresas de TI nacionais e a operar em Portugal mantém-se confiante no futuro e considera que este ano será de recuperação, tal como aconteceu no início de 2021. Mas será também um ano de crescimento e de oportunidades trazidas pela “bazuca” europeia. Há, no entanto, algumas organizações que consideram que a escassez de semicondutores, que se deve manter em 2022, vai tornar os próximos tempos desafiantes - por isso, estão menos optimistas em relação aos próximos doze meses.

Perspectivas positivas
Josep María Raventós, country manager da Sage Portugal, que o ano passado falou das oportunidades trazidas pelas crises, faz um «balanço positivo» e revela que, para isso, «foi fundamental estarem ao lado das empresas com planos de ajuda concretos e com o apoio dos parceiros». O responsável salienta os resultados em Portugal: «Em 2021, fomos dos países com melhor performance em todo o Grupo Sage, apresentando um crescimento muito positivo, especialmente a nível orgânico, com a conquista de novos clientes e a consolidação da nossa base instalada».

Para 2022, Josep María Raventós mostra-se optimista: «Penso que temos um horizonte bastante positivo pela frente. Sabemos os desafios que vamos encontrar. Um ano forte em oportunidades, com o apoio dos fundos de recuperação e as tecnológicas, que estão atentas ao mercado e às tendências».

Apoiar a economia portuguesa
A Cisco mostra-se «satisfeita» e refere que «2021 foi bastante positivo». Miguel Almeida, director-geral da Cisco Portugal explica por quê: «Consolidámos o nosso percurso como empresa de software e segurança. Áreas como a segurança, o trabalho híbrido e a transformação das redes têm sido veículos de crescimento, algo que este ano se acentuou significativamente».

Sobre o próximo ano, Miguel Almeida considera que as perspectivas são positivas: «O mercado está em transformação acelerada, o desenvolvimento digital é uma prioridade da sociedade e levará, sem dúvida, ao crescimento económico». E o PRR será uma ocasião que deve ser aproveitada: «As empresas de TI, como nós, têm neste plano uma excelente oportunidade de ajudar a transformação da sociedade, transformação essa que levará ao seu próprio crescimento e ao do País».

Transformação digital a acelerar
A Dell Technologies teve um ano positivo, apesar da pandemia, «tanto a nível global como a nível nacional», com crescimento de dois dígitos «em todas as linhas de negócio», sublinha Isabel Reis, general manager da empresa em Portugal.

A responsável destaca as áreas de «cyber security, backup na cloud, datacenter e soluções multicloud» e ainda um «contínuo e acentuado crescimento no investimento do posto de trabalho móvel». Isabel Reis, afirma, no entanto, que 2021 «foi mais um ano muito desafiante» e «de elevada adaptação às novas exigências de mercado e dos clientes».

Este ano, Isabel Reis considera que a transformação digital «poderá atingir níveis nunca antes vistos quanto à sua adopção e investimento por parte das empresas» e que será a altura em que a «automação e inteligência artificial vão deixar de ser buzz words e fazer parte da estratégia de negócio».