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2022 será o ano da recuperação 2.0, mas também das oportunidades

Depois de mais um ano de pandemia, marcado pela falta de chips, a maioria das empresas de TI nacionais e a operar em Portugal mantém-se confiante no futuro e considera que este ano será de recuperação, tal como aconteceu no início de 2021. Mas será também um ano de crescimento e de oportunidades trazidas pela “bazuca” europeia. Há, no entanto, algumas organizações que consideram que a escassez de semicondutores, que se deve manter em 2022, vai tornar os próximos tempos desafiantes - por isso, estão menos optimistas em relação aos próximos doze meses.

Nível económico pré-COVID
O country manager da Brother Portugal, João Fradinho, diz que a empresa teve «um bom ano e fortaleceu a posição no que respeita ao futuro, alcançando um crescimento notável no número de revendedores que propuseram os equipamentos e soluções» da Brother. Isto deveu-se «a um aumento da procura, bastante motivado pelo bom desempenho dos clientes empresariais que priorizaram a modernização dos seus sistemas tecnológicos» e ao «lançamento de um novo serviço de managed print services».

No que diz respeito a este ano, o responsável está confiante apesar de «estar certo» de que a falta de componentes «vai afectar a oferta» da tecnológica: «Pensamos continuar a ter um bom ano, pois prevê-se um acelerar ainda mais acentuado da economia do que em 2021, perspectivando-se, em 2022, um nível económico alinhado com o pré-COVID».

Acreditar no melhor
«A escassez mundial de silício, utilizado no fabrico de semicondutores, juntamente com todas as alterações ao nível da produtividade e planeamento gerado pela pandemia, dificuldades logísticas, entre outros factores levaram a que, não obstante o bom nível de procura verificado, a Asus em Portugal tenha acabado por ter um crescimento flat, embora superior ao volume de negócios verificado em 2019», indica Helder Bastos, managing director da Asus Portugal.

Em 2022, a empresa prevê que que «existirá um crescimento da procura», mas o responsável mostra-se convicto de que os desafios sentidos no ano passado vão desvanecer: «Cremos que grande parte das dificuldades verificadas anteriormente possam vir a ser ultrapassadas, ainda que não de imediato, mas ao longo do ano. Por este motivo executamos o planeamento do negócio a acreditar no melhor, mas sempre preparados para reagir às eventuais dificuldades que possam surgir».

Resiliência e pro-actividade
Ricardo Narciso, senior key account manager Portugal da Trust sublinha que 2021 foi dividido em duas fases: «De Janeiro a Abril obtivemos um crescimento de 185%, beneficiando do efeito do confinamento e da procura do mercado, mas a partir de Abril o mercado caiu em termos de procura. Ainda assim, a empresa conseguiu um «crescimento efectivo de 18%», face ao ano anterior.

O responsável está convencido de que a Trust vai crescer em 2021 «com foco nas PME e B2B, no crescimento do online e no reforço no retalho», tudo isto graças a uma estratégia assente na «sustentabilidade» e no rebranding: «Estamos a mudar a nossa Imagem, a forma de comunicar e de chegar ao nosso cliente». Ricardo Narciso acredita ainda que a falta de componentes não irá afectar o desempenho da empresa: o senior key account manager prevê que o impacto real seja «mínimo», uma vez que a empresa é conhecida pela sua «resiliência e pro-actividade na busca das melhores soluções».

Destaque para a eficiência energética
«Foi um ano desafiante e complexo em que coincidiram diversos fatores, como a continuação dos efeitos da pandemia, a recuperação da procura, os aumentos sucessivos dos custos de transporte, a escassez de matérias-primas e componentes eletrónicos utilizados numa multiplicidade de produtos», diz Bruno Soares, country sales manager da Eaton.

Apesar das dificuldades, o responsável mostra-se optimista: «Vamos alcançar resultados positivos e de crescimento acima dos 2 dígitos em todas as áreas de negócio mesmo com as dificuldades que enfrentamos ao longo do ano e para isso devemos também agradecer aos nossos parceiros de negócio que entenderam e ajudaram nos para a obtenção destes resultados».

Bruno Soares revela ainda que o foco se manterá na «eficiência energética, a redução da pegada ambiental, o bem-estar e a segurança de todos aliada a garantia e qualidade dos produtos».