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2022 será o ano da recuperação 2.0, mas também das oportunidades

Depois de mais um ano de pandemia, marcado pela falta de chips, a maioria das empresas de TI nacionais e a operar em Portugal mantém-se confiante no futuro e considera que este ano será de recuperação, tal como aconteceu no início de 2021. Mas será também um ano de crescimento e de oportunidades trazidas pela “bazuca” europeia. Há, no entanto, algumas organizações que consideram que a escassez de semicondutores, que se deve manter em 2022, vai tornar os próximos tempos desafiantes - por isso, estão menos optimistas em relação aos próximos doze meses.

Dois eixos: segurança e data centers
A Exclusive Networks também faz um balanço positivo de 2021 e acredita que será, visto que ainda não fez o fecho do mesmo, «um ano com resultados em linha das expectativas traçadas, globalmente, e também em Portugal», diz Elizabeth Alves, sales manager da tecnológica para o mercado nacional. A responsável refere que o ano transacto «colocou muitos desafios às empresas a nível de infraestruturas e segurança digital e que isso se refletiu positivamente no negócio, tal como aconteceu em 2020».

A responsável garante que, para este ano, a estratégia se mantém: «Em Portugal a Exclusive Networks segue as directrizes e estratégia do grupo, embora adaptadas à realidade local, mantemos aqueles que já eram os nossos dois eixos e, na realidade, uma parte do nosso ADN, ou seja, a cibersegurança e os data centers. Estamos também interessados em aumentar a nossa pegada, explorando novas oportunidades em termos de integração de novos fabricantes que tenham algum peso no mercado e que, por isso, também nos ajudem a continuar a crescer».

Possível impacto da falta de chips
A empresa de distribuição Tech Data sofreu também o impacto da falta de chips e Luís Pires, country manager da Tech Data Portugal, revela que «contrariamente ao ano passado, em que a escassez de produto se deveu principalmente a um aumento exponencial da procura», este ano a escassez foi «transversal às várias áreas de produto e segmentos de mercado» e que «provocou um efeito dominó em toda a cadeia de fornecimento».

Ainda assim, o «mercado da distribuição em Portugal cresceu e a Tech Data acompanhou essa tendência, com as áreas de endpoint e cloud a serem o motor para esse crescimento». Também as «soluções Device-as-a-Service foram uma opção cada vez mais procurada», o que demonstra que «a aposta em novos modelos de negócio para ir ao encontro das necessidades do mercado foi bem recebida».

Para 2022, Luís Pires sabe que a falta de chips continuará a pesar e, por isso, salienta que «o maior desafio será encontrar formas de colmatar a escassez e continuar a dotar o canal de produtos, soluções e serviços» e acredita que a empresa está «bem posicionada para ajudar os parceiros».

Reforçar a posição no mercado português
Paulo Rodrigues, head da V-Valley Division, faz um balanço positivo de 2021: «Consolidámos a marca V-Valley como a empresa para a área de valor acrescentado do Grupo Esprinet, após a compra do grupo GTI». O responsável salienta ainda que o «investimento na contratação de recursos, para permitir prestar um melhor e mais eficiente serviço aos parceiros de negócio», permitiu o reforço «da presença em Portugal».

A estratégia para o próximo ano é clara, como indica Paulo Rodrigues: «Pretendemos continuar a crescer, reforçar a nossa posição no mercado português, de forma concertada e coerente. Acreditamos que ter uma equipa especializada para endereçar o negócio com maior agilidade e conhecimento é um dos grandes trunfos». Por outro lado, V-Valley vai seguir «muito de perto as tendências de mercado e continuar a apostar nas áreas cloud, segurança e armazenamento».