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2022 será o ano da recuperação 2.0, mas também das oportunidades

Depois de mais um ano de pandemia, marcado pela falta de chips, a maioria das empresas de TI nacionais e a operar em Portugal mantém-se confiante no futuro e considera que este ano será de recuperação, tal como aconteceu no início de 2021. Mas será também um ano de crescimento e de oportunidades trazidas pela “bazuca” europeia. Há, no entanto, algumas organizações que consideram que a escassez de semicondutores, que se deve manter em 2022, vai tornar os próximos tempos desafiantes - por isso, estão menos optimistas em relação aos próximos doze meses.

Apostar na inovação
António Miguel Ferreira, managing director da Claranet Portugal, previu que o ano de 2021

iria ser de «crescimento tímido dos investimentos de TI, com uma aceleração a partir do segundo semestre»; agora, confirma à businessIT que, «apesar da instabilidade» foi isso que aconteceu: «Assistimos a um retomar dos ciclos de planeamento habituais. Foi um ano de regresso à normalidade no que respeita às tendências de negócio».

O ano passado foi de grandes aquisições (Bizdirect e OutScope Solutions), mas, em 2022, a Claranet «não estará tão activa na frente de aquisições», porém estará «atenta às oportunidades que possam surgir». Para 2021 há novos planos: «Vamos repensar a organização e investir mais para potenciar a inovação procurando assim dar um novo impulso para continuarmos a crescer acima do mercado nos próximos cinco anos».

Manter o trajecto de sucesso
«O ano de 2021 foi fantástico para a Atos Portugal» diz Octávio Oliveira, director-geral da empresa – «Crescemos em toda a linha, quase tendo duplicado os nossos números de entrada de encomendas. Este crescimento foi alcançado quer na base instalada, quer em novos projectos, o que nos permite antecipar o futuro com optimismo».

Assim, as perspectivas para 2022 são de um «crescimento na ordem dos dois dígitos» e de cumprir um objectivo específico: «A Atos ainda não ocupa o espaço que terá de ocupar no mercado nacional, mas para lá caminha, fruto de uma estratégia de crescimento sustentado». O responsável considera ainda que o PRR será «uma oportunidade» que deverá ser usada «como um meio e não como um fim para criar valor para todos» e «para o País crescer».

Cloud, cibersegurança, automação e analytics
O ano fiscal da Fujitsu só termina em Março de 2022, mas as previsões «apontam para um crescimento das áreas de aposta e mais tradicionais» sublinha Carlos Barros, director-geral da empresa em Portugal.

A Fujitsu deverá ter «um crescimento moderado nas áreas de serviços, com uma forte pressão sobre a rentabilidade, um bom crescimento nas áreas de produto, em particular nas áreas de data center e desktops» e um aumento «entre duas a três vezes ao nível de facturação nas unidades de negócio digital, nomeadamente multi cloud services, cibersegurança e automação».

O responsável diz ainda que, em 2022, a Fujitsu Portugal deve «continuar a crescer» nessas áreas e em analytics e reconhece que a empresa está «atenta à realidade «da escassez de componentes que tem afectado o mercado, mas que, até ao momento, o negócio «não foi afectado de forma significativa».