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2022 será o ano da recuperação 2.0, mas também das oportunidades

Depois de mais um ano de pandemia, marcado pela falta de chips, a maioria das empresas de TI nacionais e a operar em Portugal mantém-se confiante no futuro e considera que este ano será de recuperação, tal como aconteceu no início de 2021. Mas será também um ano de crescimento e de oportunidades trazidas pela “bazuca” europeia. Há, no entanto, algumas organizações que consideram que a escassez de semicondutores, que se deve manter em 2022, vai tornar os próximos tempos desafiantes - por isso, estão menos optimistas em relação aos próximos doze meses.

A Mind Source encara o futuro «com optimismo», diz Rui Reis e esclarece o motivo para tal: «No próximo ano esperamos manter a tendência positiva e aumento do volume de negócios através do investimento e desenvolvimento de produtos e soluções que permitam agregar valor futuro à organização e melhor servir o mercado e os seus clientes». Além disso, a empresa vai apostar «sobretudo no mercado nacional, com foco nos sectores da Banca e Seguros, embora as actividades de apoio num modelo nearshore estejam cada vez mais presentes. À semelhança de 2021, a Mind Source mantém a aposta na expansão e ambiciona aumentar em 10% o número de profissionais nos próximos doze meses».

O ano dos contabilistas
A PHC Software teve «um ano incrível» diz Ricardo Parreira, CEO da empresa nacional – e foram várias as razões para isso: «Negócio a correr bem, inauguração da nova sede mundial em Oeiras e muito reconhecimento público a nível de software, gestão e felicidade no trabalho».

O CEO diz que 2022 será um ano em que o mercado da tecnologia «vai continuar a crescer e a ter um peso cada vez maior no PIB» e que «será marcado por duas grandes tendências». Por um lado, «as soluções de human capital management serão uma parte central e integrada com o ERP das empresas»; por outro, as «pequenas empresas, que se querem manter competitivas», vão procurar «soluções que façam mais que facturação».

Ricardo Parreira acredita também que 2022 será um ano em que as empresas «começarão a olhar para os contabilistas de uma outra forma, dando-lhes ferramentas para terem acesso mais rápido à informação e de maior automatização da contabilidade, para terem mais tempo para se dedicarem ao cliente».

A importância do low-code
Rui Pereira, VP of digital transformation da OutSystems, explica que 2021 fica registado como um ano de «pressão crescente para a criação de programas sem vulnerabilidades», o que «pode atrasar consideravelmente o processo de desenvolvimento e inibir a capacidade de programar de forma criativa e inovadora».

O responsável acredita ainda que, em 2022, será a «primeira vez em que os orçamentos de programação de aplicações e TI irão reflectir a mentalidade de trabalho híbrido», uma vez que a «experiência do colaborador e do parceiro se tornou tão crítica, quanto a experiência do cliente».

É nessas áreas que o desenvolvimento de aplicações com tecnologia low-code dá cartas, como refere o responsável, ao permitir que as equipas de programação se «concentrem na criatividade e na inovação», enquanto a plataforma «assegura os requisitos mais complexos como a segurança e escalabilidade». Será, por isso, um ano forte para a tecnologia low-code.