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Os desafios do comércio electrónico

O comércio electrónico é já uma realidade para uma significativa parte da população mundial, mas ainda está longe de se tornar a forma preferencial de comprar, especialmente em Portugal. Fizemos uma caracterização do e-commerce no País e fomos tentar perceber quais são os principais desafios que impedem que as compras online se tornarem no método de compra preferido dos portugueses.

Maturidade do mercado nacional
Quando falamos do mercado do comércio electrónico, Alberto Pimenta, director de e-commerce dos CTT, diz que é «uma actividade emergente e, consequentemente, com grande espaço de crescimento». A penetração do e-commerce em Portugal é ainda «fraca» e tal justifica-se porque «do lado da oferta, as empresas portuguesas ainda observam baixo níveis de digitalização dos seus negócios: cerca 40% das empresas têm presença online e apenas 27% realizam negócios online».

Já Alberto López, responsável da Mastercard pela área de cibersegurança e soluções digitais para a Espanha e Portugal tem opinião semelhante e refere que o e-commerce «está a evoluir a bom ritmo, mas ainda tem um caminho a percorrer».

O crescimento do comércio online em Portugal deve-se sobretudo à «oferta crescente, à melhoria dos serviços, à simplificação de plataformas, à promoção e ao investimento que tem vindo a ser feito», indica José Pedro Pinto, executive administrator & chief marketing and sales da Cetelem. No entanto, «diferentes indicadores mostram que a taxa de penetração do comércio online em Portugal está ainda aquém de outros mercados: mais de vinte pontos percentuais abaixo da média europeia». O responsável explica que a Cetelem tentou perceber o porquê desta situação: «À primeira vista a relação dos portugueses com o ecommerce parece ir de vento em popa: a experiência é caracterizada pela maioria dos portugueses (61%) como ‘boa’ e como ‘muito boa’ para 30%. Mas o que verificamos é que ainda há pontos a melhorar e dúvidas entre os portugueses que ainda não compram online, que começam com um aspeto fundamental em qualquer relação: a confiança».

Compradores são cada vez mais
A previsão para os próximos dez anos é que a utilização da Internet a nível mundial ultrapasse os 2/3 da população. Em Portugal, «as perspectivas são que atinja quase os 100%, o que deverá corresponder também a um aumento significativo do número de utilizadores que compram online» no País, salienta Alexandre Nilo Fonseca, presidente da ACEPI. Tal como outros executivos com quem falámos, o responsável explica que o e-commerce está a crescer. «Além da percentagem cada vez maior de compradores online em Portugal – são cerca de 50% dos utilizadores de internet, verifica-se também que grande parte da população utiliza a Internet para consulta de produtos, serviços e preços».

O estudo dos CTT aponta também que este aumento dos negócios online se deve a «à entrada de novos ebuyers e, em especial, devido ao aumento a dois dígitos da intensidade das compras dos ebuyers existentes».