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Os desafios do comércio electrónico

O comércio electrónico é já uma realidade para uma significativa parte da população mundial, mas ainda está longe de se tornar a forma preferencial de comprar, especialmente em Portugal. Fizemos uma caracterização do e-commerce no País e fomos tentar perceber quais são os principais desafios que impedem que as compras online se tornarem no método de compra preferido dos portugueses.

Perspectivas de evolução
A evolução do ecommerce em Portugal nos últimos dois anos «foi extraordinária», diz Alexandre Nilo Fonseca, e a «expectativa é que em 2025 o volume de compras online possa atingir os nove mil milhões de euros e que mais de sete milhões de portugueses já façam compras online». Portugal tende, assim, para «a convergência com a União Europeia no que respeita à utilização de Internet e compras online dos próximos cinco anos». As previsões apontam para que o peso do comércio eletrónico B2C e B2B no PIB continue a aumentar, atingindo 4,2% e 62,5%, respetivamente.

Já o responsável da Cetelem acredita que há ainda muito a fazer: «Há um conjunto de condições que precisam de estar reunidas para que o comércio digital seja mais do que um simples canal de venda ou uma montra para os consumidores conhecerem os produtos antes de ir à loja. Precisamos de lojas online mais focadas nos consumidores, que construam relações de longo prazo e proporcionem uma experiência de consumo mais agradável e intuitiva».

Já Alberto Pimenta é mais optimista e esclarece que «face ao seu estado de desenvolvimento, o mercado do e-commerce em Portugal irá evidenciar grande crescimento no futuro próximo, a taxas de dois dígitos». O responsável diz que para isso os marketplaces, como o Dott, irão «desempenhar um papel crucial no onboarding de novas empresas portuguesas para a venda online».

CTT apostam no e-commerce
O comércio electrónico têm sido uma aposta da empresa cujas «encomendas e pacotes postais online B2C representam mais de 20% do volume do seu total das encomendas em Portugal e Espanha. Esta área tem, conforme explica Alberto Pimenta, director de e-commerce dos CTT, «crescimentos anuais claramente acima dos dois dígitos nos últimos anos». Não admira assim que os correios portugueses estejam a investir nesta área, quer na parte logística, quer no marketplace Dott, numa parceria com a Sonae.

«O investimento dos CTT tem-se manifestado nos últimos anos pelo pioneirismo na disponibilização de serviços de entregas cada vez mais inovadores». O responsável destacou serviços como o e-Segue que permite os compradores online configurarem as melhores soluções de entrega; o Express2Me; o CTT24h e o CTT Now. Estes permitem entregas «mais rápidas e que se adaptam aos compradores», por exemplo dando acesso a uma rede de cacifos automáticos ou locais de maior conveniência para a recolha das encomendas.

Além disso, Alberto Pimenta refere o Plano de Modernização e Investimento, que envolve investimentos da ordem dos 40 milhões de euros para uma crescente e mais eficiente integração de sistemas de informação e operações entre os CTT e os seus clientes.

Quanto ao Dott, lançado em Maio, o balanço é «claramente positivo», tendo já «mais de quinhentos retalhistas e esperando atingir mais de mil no final do ano, com mais de um milhão de produtos/referências online».