No próximo ano, as «ameaças emergentes que visam empresas e indivíduos serão ainda mais intensas, complicadas e difíceis de gerir», sublinha Carlos Vieira. A empresa prevê que, durante o ano de 2024, «os cibercriminosos irão decifrar e manipular um LLM para captura de dados privados». Por outro lado, Carlos Vieira vê uma mudança do ponto de vista do mercado: «Acreditamos que cada vez mais empresas, sobretudo PME, irão recorrer em 2024 a fornecedores de serviços geridos de segurança, conhecidos como MSP e MSSP, para responder à crescente procura e à escassez de recursos humanos».
Desafios crescentes
Vanessa Gonzalez, directora de comunicação da Kaspersky Iberia, revela que, em termos globais, as empresas e indivíduos «continuaram a sofrer mais ciberataques este ano do que no ano anterior, com os sistemas de detecção da empresa a descobrirem uma média de 411 mil ficheiros maliciosos todos os dias, com um aumento de quase 3% em 2023 face a 2022». A responsável diz que a cibersegurança «tem vindo a ganhar uma importância significativa no panorama empresarial português» e que isso se deve ao facto de as empresas «estarem cada vez mais conscientes da necessidade de se protegerem contra ameaças no mundo online». Isto tem levado «tanto as grandes empresas como as PME a aumentar os seus investimentos em cibersegurança». E embora tenha havido um aumento da sensibilização para os riscos cibernéticos, Vanessa Gonzalez avança que «continua a ser necessário melhorar a educação e a formação em todos os sectores».
A responsável indica que, este ano, houve um «cenário muito positivo», mas que, em 2024, o principal desafio a enfrentar será a «capacidade de resposta às ameaças», uma vez que a tecnologia se «desenvolve cada vez mais» e que, por isso, as ciberameaças são «mais sofisticadas», nomeadamente devido à IA. O «uso de dados e a privacidade serão também um dos elementos-chave do sector». Além destes desafios, há «também a necessidade de satisfazer a procura de profissionais qualificados no sector tecnológico».