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FinOps: a revolução da gestão financeira na era da cloud

O mundo das finanças tem sido transformado pelo crescimento exponencial da tecnologia, em particular da computação em nuvem. No centro desta transformação está o surgimento das FinOps, uma disciplina de engenharia financeira operacional que promete maximizar o valor dos investimentos na cloud.

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A realidade em Portugal
Por cá, a adopção das FinOps anda nos estágios iniciais mas, ao que tudo indica, está a crescer rapidamente. Actualmente, e de acordo com uma pesquisa da FinOps Foundation, apenas 10% das empresas portuguesas abraçam este conceito, uma percentagem que deverá dobrar, ainda em 2023.

Bernardo Sousa salienta que a adopção das FinOps em Portugal está a ser impulsionada por uma série de factores, nomeadamente pelo aumento do recurso a tecnologias de nuvem por empresas portuguesas, pela crescente consciência dos benefícios das FinOps e pelo aumento da disponibilidade de recursos e formação. «A adopção das FinOps em Portugal tem o potencial de economizar milhares de milhões de euros para as empresas nacionais», disse à businessIT, sustentando que de acordo com uma pesquisa da RightScale, as empresas portuguesas gastam em média dez mil euros por mês em nuvem. «Com este conceito, é possível ajudar as empresas a reduzir esses custos em até 30%».

No País, a adopção das FinOps também tem o potencial de criar empregos e o sector de cloud mantém-se em trajectória de rápido crescimento, com este conceito a ter altos níveis de procura. De acordo com uma pesquisa da IDC, a cloud criará cem mil novos postos de trabalho em Portugal, até 2025. «A evolução das FinOps em Portugal tem sido rápida e positiva», destaca Bernardo Sousa. No entanto, o consultor admite que esta realidade pode trazer grandes desafios às estruturas nacionais, sobretudo por ser, como já foi referido, uma abordagem multifuncional e de exigir a colaboração entre equipas de finanças, operações e engenharia. «Isto pode ser um desafio, mas é essencial para o sucesso da FinOps. Quando as equipas trabalham juntas, podem obter uma visão holística dos custos em cloud e tomar decisões informadas sobre como optimizar esses mesmos custos».

As tendências das FinOps
Bernardo Sousa admite que os próximos três anos podem ser «cruciais» para estas operações financeiras, pois as empresas continuarão a procurar formas de reduzir custos, melhorar a eficiência e aumentar a visibilidade das suas despesas em nuvem. A tendência será, por isso, de aumento da adopção deste conceito, com uma pesquisa da FinOps Foundation a demonstrar que 25% das empresas americanas já as usam, um número que deverá crescer para 50%, até 2024.

Outra tendência é o foco na visibilidade. «Um dos principais objectivos das FinOps é aumentar a visibilidade das despesas em nuvem. Isto é importante, porque permite que as empresas identifiquem e eliminem custos desnecessários. Em 2023, veremos um foco crescente na visibilidade, à medida que as empresas procuram obter uma melhor compreensão de seus gastos», reforça o consultor.

O uso de ferramentas e tecnologia é igualmente uma tendência, até porque esta pode ser uma abordagem complexa e as empresas estão cada vez mais a usarem ferramentas e tecnologia para ajudá-las a implementar e gerir as suas estratégias. O trabalho conjunto entre equipas foi igualmente mencionado por Bernardo Sousa.