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FinOps: a revolução da gestão financeira na era da cloud

O mundo das finanças tem sido transformado pelo crescimento exponencial da tecnologia, em particular da computação em nuvem. No centro desta transformação está o surgimento das FinOps, uma disciplina de engenharia financeira operacional que promete maximizar o valor dos investimentos na cloud.

starline/Freepik

A segunda fase passa por ‘optimizar’, o que envolve a implementação de práticas para melhorar a eficiência e reduzir os custos. Isso pode incluir coisas como a escolha do serviço de nuvem certo para cada tarefa, a utilização de instâncias reservadas ou as denominadas instâncias spot para economizar dinheiro, e a implementação de políticas de encerramento automático para instâncias não utilizadas.

A terceira e última fase é’ operar’ – aqui, estão envolvidas a implementação de práticas de governança para garantir a optimização contínua dos custos de nuvem, estando prevista a criação de orçamentos e alertas para monitorar os gastos, a implementação de processos de aprovação para novos gastos e a revisão regular dos gastos para identificar oportunidades de economia.

«As FinOps não são apenas uma prática, mas também uma mudança cultural. Requerem que as equipas de tecnologia, negócios e finanças trabalhem juntas para entender e gerir os custos. Isto pode ser um desafio, pois cada equipa tem diferentes prioridades e perspectivas. No entanto, quando implementado com sucesso, as FinOps podem levar a uma maior transparência, responsabilidade e eficiência nos custos da nuvem», destaca Bernardo Sousa.

Adoptar FinOps é uma jornada
Em resposta a esta nova postura de mercado, foi criada a FinOps Foundation, em 2018, com o objectivo de promover as melhores práticas associadas a este conceito e criar uma comunidade de profissionais. A fundação oferece certificações, recursos educacionais e eventos para ajudar as organizações a implementar e aprimorar a s suas práticas de FinOps. A organização diz que as FinOps são sobre «optimizar os custos em nuvem, mas também sobre garantir que os recursos em cloud são usados de forma eficiente e eficaz, sobre garantir que a nuvem está a funcionar para os negócios, não o contrário». A organização, no seu site, classifica esta abordagem como multifuncional: «Não é apenas um problema de finanças ou operações. É ter todos os departamentos a trabalharem juntos para obter o máximo da nuvem» – e admite que adoptar FinOps é uma jornada, não um destino. «É um processo contínuo de aprendizagem e adaptação à medida que a nuvem continua a evoluir», ressalvando não ser apenas para grandes empresas: «É para empresas de todos os tamanhos. Qualquer organização que use a cloud pode beneficiar das FinOps».

A evolução deste conceito parece garantido, tendo em conta que o mercado de nuvem pública está a crescer rapidamente. Em 2021, a IDC avaliou o mercado global em 482 mil milhões de dólares norte-americanos, projectando que cresça para 947 mil milhões, até 2027. Segundo a consultora, este crescimento é impulsionado por uma série de factores, incluindo a crescente procura por serviços baseados em nuvem, a adopção de tecnologias cloud por empresas de todos os tamanhos e o aumento da disponibilidade de recursos de nuvem. «O mercado das FinOps está, hoje, em alta, crescendo mais rápido do que os gastos gerais de TI e de nuvem pública», diz Jevin Jensen, vice-presidente de pesquisa do serviço Intelligent CloudOps Market da IDC, citado pela Business Insider. «Espero que isso continue, já que os orçamentos de TI estarão sob pressão crescente em 2023. A mudança da cultura das FinOps e as ferramentas de transparência de custos em nuvem que avançam rapidamente oferecem uma excelente oportunidade para as empresas alcançarem enormes economias de custo».