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2023: um ano de crescimento, apesar da incerteza

No ano passado, as empresas de TI esperavam que 2022 fosse de recuperação, depois da pandemia, e de oportunidades derivadas do Plano de Recuperação e Resiliência. E apesar da guerra na Ucrânia e de um clima de incerteza, que se deverá manter em 2023, acabou por ser bastante positivo. É notória alguma apreensão quanto ao futuro, no entanto, o sentimento generalizado dos líderes das tecnológicas é que a crescente transformação digital da economia continuará a promover o crescimento do mercado e os investimentos em tecnologia.

O foco para este ano é «entregar mais e melhor nas áreas tradicionais (impressão) e trazer inovação em áreas que corporizam a visão Imaging to the People», ou seja, a «transformação digital com foco nas pessoas», representada nas ofertas de «video analytics, industrial printing, serviços de IT, gestão documental e automação de processos de negócio». Mas será também importante para a empresa «ouvir clientes e parceiros, e incorporar o seu feedback».

Pedro Monteiro (Konica Minolta Portugal & Spain)

Grandes desafios em perspectiva
«Um ano de crescimento acima do mercado da distribuição, o que permitiu reforçar a posição de liderança e um ano que fica marcado pela mudança de nome», destaca Luís Pires, country manager da TD Synnex Portugal. A nova empresa, que resulta do processo de fusão entre a Tech Data e a Synnex, iniciado em 2021, «dá expressão à estratégia de transformar o ecossistema através da agregação de produtos, soluções e serviços, local e internacionalmente», avança.

O responsável deixa claro que «fazer uma previsão para 2023 não é fácil», uma vez que, à partida, vai ser «um ano com grandes desafios». Luís Pires explica esta tomada de posição: «Se, por um lado, temos inflacção, aumento do custo de vida e diminuição do consumo, por outro temos oportunidades associadas à execução do PRR, necessidade de renovação de parques instalados, transformação digital associada aos novos modelos de trabalho híbrido, entre outros. Estamos, por isso, moderadamente optimistas e esperamos um ano de crescimento» – o mercado da distribuição em Portugal continua a subir e, por isso, é bastante atraente para as empresas do sector», lembra Luís Pires. Assim, o country manager da TD Synnex, sublinha que as áreas de «segurança, datacenter, cloud e lifecycle services serão opções incontornáveis» nos planos da empresa.

Luís Pires (TD Synnex Portugal)

Uma referência a nível europeu
O CEO da BI4ALL, José Oliveira, conta que, para a empresa, o ano fica marcado pela «abertura do novo escritório na Suíça», o primeiro da empresa fora de Portugal, e que 2022 foi «bastante positivo», tendo em conta os «factores externos que se vivem». Neste novo ano e para o futuro, os planos são claros, salienta o responsável: «O objectivo é continuar a crescer e sermos uma empresa de referência na área de data analytics e da inteligência artificial, a nível europeu, tal como acontece já em Portugal. Nos próximos anos, a empresa quer «continuar a reforçar os pontos fortes, crescer e a fazer evoluir os clientes, a nível nacional e internacional», além de «continuar a oferecer valor além das expectativas ao fornecer tecnologias poderosas e serviços de excelência que capacitem e inspirem os clientes a transformar dados em insights». Além disto, como já tinha sido avançado pela empresa, há ainda o «objectivo da criação de delivery centers em zonas estratégicas do globo».

José Oliveira considera que a «IA, a automatização e a cloud» são as tendências para 2023 e que «os líderes têm de estar atentos às mesmas», para levar as suas empresas a um novo patamar de competitividade». Para isso, a BI4ALL vai continuar a apostar nessas áreas e em «analytics, big data, corporate performance management e em software engineering».

José Oliveira (BIALL)