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2023: um ano de crescimento, apesar da incerteza

No ano passado, as empresas de TI esperavam que 2022 fosse de recuperação, depois da pandemia, e de oportunidades derivadas do Plano de Recuperação e Resiliência. E apesar da guerra na Ucrânia e de um clima de incerteza, que se deverá manter em 2023, acabou por ser bastante positivo. É notória alguma apreensão quanto ao futuro, no entanto, o sentimento generalizado dos líderes das tecnológicas é que a crescente transformação digital da economia continuará a promover o crescimento do mercado e os investimentos em tecnologia.

Optimismo moderado
O country manager da Brother Portugal, João Fradinho, diz que a empresa teve um ano «desafiante, marcado pela falta de equipamentos necessários para dar resposta à procura existente». Contudo, a empresa conseguiu um crescimento de dois dígitos a nível de facturação, graças às suas «gamas de digitalizadores, etiquetadoras, impressoras portáteis e ao novo serviço de gestão de impressão».

O responsável revela que «é difícil de prever» o que irá acontece em 2023, «tendo em conta o contexto económico e social», salientando, no entanto, que a empresa «tem perspectivas optimistas» e explica porquê: «Vamos lançar novos equipamentos, o que nos vai tornar ainda mais competitivos e fará com que exista uma maior procura da nossa marca. Por outro lado, a tendência da impressão menos centralizada que teve uma aceleração com a COVID-19, tem incitado uma maior procura dos nossos equipamentos».

Uma das apostas da Brother continuará a ser na sustentabilidade, realça João Fradinho: «Deve ser considerada uma prioridade competitiva essencial no mercado da impressão, juntamente com a qualidade, custo, fiabilidade, flexibilidade e inovação. Acredito que as empresas que não analisam todas as áreas do seu negócio em busca de melhorias ambientais correm o risco de ser relegadas por clientes e parceiros que olham para a sustentabilidade como uma parte crucial ao realizar negócios».

João Fradinho (Brother Portugal)

Incerteza no mercado
João Teixeira, chief technology officer da Altice Portugal, sublinha que, «após dois anos de uma pandemia que moldou o futuro imediato, 2022 prometia ser o ano de recuperação»: porém, as consequências da guerra na economia acabaram por «impactar a actuação das empresas», algo a que o sector das comunicações não foi imune. No entanto, segundo o responsável, o operador mostrou ter «resiliência estratégica, financeira e operacional» através «de um conjunto de investimento prioritários, com vista à manutenção da sua competitividade e em prol da economia nacional».

Já quanto a 2023, João Teixeira mostra-se prudente: «Estamos perante um contexto com vários factores de incerteza (inflacção, o impacto do conflito na Ucrânia, a volatilidade nos mercados globais de energia e o caminho pós-pandemia, incerto da China) que terão um papel fundamental. A nossa preocupação será assegurar a rentabilidade da empresa e a nossa liderança no sector, seja através do investimento em redes e infraestruturas, seja através da diversificação do nosso portfólio e das áreas em que actuamos, seja do desenvolvimento e implementação de novos produtos e serviços».