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Mais cloud, mais cibersegurança

A consciencialização para as questões da cibersegurança continua a aumentar, sobretudo numa era em parece não conseguirmos (sobre)viver sem a cloud e os serviços associados. As empresas têm, agora, de enfrentar todo um novo nível de desafios.

Rawpixel/Freepik

Quando os confinamentos forçaram o mundo a trabalhar a partir de casa, durante grande parte de 2020, uma tecnologia estava lá para ajudar a resolver o caos: a famosa cloud computing. Sem os três principais modelos de computação em nuvem – software, plataforma e infra-estrutura como serviço (SaaS, PaaS e IaaS) – seria improvável que muitas organizações tivessem sobrevivido àqueles dias sombrios. Mas, à medida que os dados e, com eles, os utilizadores, migraram para a nuvem de forma massiva, essas mesmas plataformas rapidamente se tornaram os principais alvos de ataque.

De acordo com um estudo da Tanium, 90% dos chief experience officers (CXO) relataram um aumento nos ataques cibernéticos nos primeiros dias da pandemia e 98% viram um aumento nos desafios de segurança nos primeiros dois meses da mudança para o trabalho remoto. Muito disso, sem dúvida, estava relacionado com nuvem. Segundo um artigo divulgado pela ESET, o “truque”, agora que um novo local de trabalho híbrido está a surgir, será gerir esses desafios de forma mais eficaz, para reduzir o risco cibernético, sem afectar a produtividade do utilizador.

Aliás, basta recordarmos alguns dos dados que 2020 nos deu: a startup de videoconferência Zoom passou de dez para mais de duzentos milhões de utilizadores activos entre Dezembro de 2019 e Março de 2020. O Teams da Mictosoft teve mais de duzentos milhões de participantes em reuniões num único dia, em Abril – foram «dois anos de transformação digital em dois meses», como disse o CEO Satya Nadella.

Estudos confirmam dados das empresas
A pesquisa de terceiros comprova os dados avançados pelas empresas. Um estudo da Snow Software em Junho de 2020 mostrou que 52% das organizações globais aumentaram a sua dependência de plataformas de videoconferência baseadas em nuvem, enquanto três quartos (76%) disseram que gastaram mais em infra-estruturas como Microsoft Azure, Google e Amazon Web Services. Aliás, a Gartner diz mesmo que a adopção da computação em nuvem vai continuar a aumentar, prevendo que os gastos com serviços de nuvem pública cresçam 18,4% já em 2021.

No entanto, parece consensual, não apenas para a ESET, mas para os mais variados players de mercado, que a segurança sempre foi o “elefante na sala” quando se trata da nuvem: o SaaS expande, efectivamente, o perímetro corporativo tradicional, colocando os dados nas mãos de um fornecedor terceirizado e fora do controlo das TI. «A nuvem envolve maior complexidade, o que pode criar brechas de segurança – especialmente se as organizações estiverem a executar várias nuvens híbridas ao lado de servidores locais, alguns dos quais podem precisar ser acedidos via VPN. Isso é um desafio para as TI funcionarem com segurança e certamente um desafio para os funcionários usarem com segurança. Em média, hoje, 92% das organizações têm uma estratégia de nuvem múltipla e 82% têm uma estratégia de nuvem híbrida», lê-se no artigo promovido pela ESET.