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Web Summit: ontem, hoje e amanhã

Web Summit 2017

Até 2018, a Web Summit tem arraiais assentados em Lisboa. Na primeira edição lisboeta, a MEO Arena fervilhou com anúncios ligados à área de empreendedorismo. Um ano depois e com a segunda edição já concluída, será que mudou mesmo assim tanta coisa?

Se há palavra que se pode associar à Web Summit é ‘mudança’. Afinal, desde a sua criação, em 2009, pelas mãos de Paddy Cosgrave, que a mutação da, então, pequena conferência de tecnologia e empreendedorismo tem sido notória (como pode ver na infografia, que mostra a evolução do evento).

Ao longo dos anos, a Web Summit cresceu, em número de participantes, startups, assuntos discutidos, oradores. Também cresceu a presença política, mas houve uma coisa que diminuiu, ainda que ligeiramente: o tamanho da cidade onde se realiza. Lisboa pode ser ligeiramente mais pequena que Dublin, mas bateu cidades como Paris ou Berlim na disputa pela realização do evento, tantas vezes apelidado de ‘Davos for geeks’.

Na justificação da escolha da capital portuguesa, na altura, falou-se sobre muita coisa, mas as conversas iam sempre dar ao mesmo: «Uma infraestrutura forte na cidade, um local de classe mundial e uma comunidade de start-ups em ebulição», disse, na altura do anúncio de mudança, em Setembro de 2015, Paddy Cosgrave.

Embora tenha admitido ao jornal Irish Times que «a mudança [de localização] não foi uma decisão fácil», o fundador e CEO da Web Summit explicou que isto tinha tudo que ver com os participantes na Web Summit: «Vamos sair porque queremos dar o próximo passo na nossa jornada para o crescimento internacional».

A decisão de Paddy Cosgrave foi ainda apoiada pelo prémio de Região Empreendedora Europeia, que fez com que Lisboa fosse a primeira cidade detentora da distinção, em 2015. Se falarmos no ecossistema de startups, também não há grandes surpresas: em 2014, a portuguesa Codacy até já tinha vencido a competição Pitch da Web Summit e provado que, em Lisboa, também havia ideias de negócio vencedoras.

Além do evento de Novembro, a Web Summit ainda trouxe para a capital um escritório, no Beato, tantas vezes referido como a próxima área de inovação tecnológica da cidade.

Os pontos altos da edição de 2016

Além de uma romaria à então MEO Arena para ouvir a abertura da primeira edição lisboeta do evento, que viria a ficar marcada por um caricato episódio com problemas de ligação à Internet, muito mais se passou.

Foram feitos testes para uma ligação 5G, pelas mãos da Portugal Telecom, Paddy Cosgrave recebeu uma chave da cidade das mãos de Fernando Medina, Carlos Moedas anunciava um fundo europeu para as startups no valor de mil milhões de euros e António Costa baixava o valor, anunciando um fundo para as PME e startups no valor de 200 milhões de euros.

Também no ano passado, a Kubo Robotics era a vencedora do Pitch, com o robô Kubo a querer ensinar as crianças as linguagens básicas de programação.

 

Uma comunidade para ligar os empreendedores

Por falar em cidade e em ecossistema de startups, com a aposta clara do Governo português em atrair mais empresas e mais negócios para a cidade, pouco tempo antes da primeira edição lisboeta, em Outubro de 2016, via-se nascer a Made of Lisboa.

A ideia desta rede é a de formar uma comunidade de empreendedores, inovadores e, em geral, pessoas ligadas às startups e ideias de negócios, que estejam baseadas na cidade de Lisboa. Assente em quatro objectivos – dar as mais recentes novidades, ligar inovadores, organizar informação e recursos e ainda permitir saber onde andam as empresas e as pessoas – está ligada à Câmara Municipal de Lisboa.

Esta Made of Lisboa dá, então, apoio às mentes criativas, em três eixos que incluem a Startup Lisboa, a primeira incubadora lisboeta, o Hub Criativo do Beato e a Invest Lisboa, a chamada one-stop shop para as empresas, investidores e empreendedores que estão dispostos a investir na cidade de Lisboa.

Além da função de directório de empresas e pessoas, a Made of Lisboa ainda tem uma componente de aprendizagem. É possível que os empreendedores contribuam para a plataforma com casos, dicas ou referências para os restantes membros da rede.

Um ano depois da sua criação, a plataforma de empreendedorismo da Câmara Municipal de Lisboa lançou um concurso de apoio às startups, que levaram à Web Summit trinta empresas, com direito a bilhete partner. Entre as vencedoras, que tiveram direito a um dia na Web Summit, estiveram empresas como a Storyo, a WePark, a Muzzley ou a Misk, por exemplo.