As restrições impostas pelos governos em resposta à pandemia incentivaram os funcionários a trabalhar em casa e, até, a ‘ficar em casa’. Como consequência, a tecnologia tornou-se ainda mais importante na nossa vida, não só profissional, mas pessoal. Aliás, estes dois mundos, agora a coexistirem de forma (mais ou menos) pacífica e cada vez mais tendem a ser apenas um.
Um relatório da Deloitte de 2021 conclui que, apesar deste aumento da necessidade de tecnologia, é perceptível que muitas organizações ainda não fornecem um ambiente de trabalho remoto “ciberseguro”, ainda para mais quando as reuniões de negócios, tradicionalmente realizadas pessoalmente, passaram a ocorrer, na sua maioria, de forma virtual.
Em Junho de 2020, o Swissinfo.ch divulgava números do NCSC (National Cyber Security Center): 350 casos relatados de ataques cibernéticos (phishing, sites fraudulentos, ataques directos a empresas etc.) em Abril, na Suíça – um país sobre o qual temos uma ideia de forte segurança – em comparação com os 100-150 que habitualmente se registavam antes no pré-pandemia. O teletrabalho foi visto como uma das principais causas para este aumento, uma vez que as pessoas não têm acesso ao mesmo nível de medidas de protecção e dissuasão inerentes a um ambiente de trabalho, como por exemplo, segurança na Internet.
Parece, assim, claro que o aumento do trabalho remoto exige um maior foco na segurança cibernética, devido à maior exposição ao risco. Isso fica evidente, por exemplo, pelo facto de 47% dos indivíduos que caem num esquema de phishing estarem a trabalhar em casa, segundo dados divulgados pela Deloitte. «Os criminosos vêem a pandemia como uma oportunidade para intensificar as suas actividades, explorando a vulnerabilidade dos funcionários que trabalham em casa e capitalizando o forte interesse das pessoas em notícias relacionadas ao coronavírus (por exemplo, sites maliciosos falsos relacionados ao coronavírus)».
A Deloitte partilha outra consideração importante: o custo médio de uma violação de dados resultante do trabalho remoto pode atingir os 137 mil dólares, qualquer coisa como 120 mil euros. Já de acordo com o Instituto Ponemon, no último ano, o custo médio de uma falha de cibersegurança foi de 4,86 milhões de dólares (4,26 milhões de euros). Mais um, entre milhões de exemplos: a polícia de Londres informou que, desde Janeiro de 2020, mais de onze milhões de libras foram perdidas devido a golpes relacionados com a COVID-19. Na Suíça, um em cada sete entrevistados de uma pesquisa sofreu um ataque cibernético durante o período de pandemia.
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