Em Foco

Ciberpandemia

A pandemia colocou novos desafios às empresas, à medida que se adaptam a um modelo operacional em que trabalhar a partir de casa se tornou o “novo normal”. Um pouco por todo o mundo, a transformação digital está a ser acelerada e a segurança cibernética é, agora, uma grande preocupação. As implicações de reputação, operacionais, legais e de conformidade podem ser consideráveis, se os riscos de segurança cibernética forem negligenciados.

Para este especialista, as equipas também pareceram incapazes de colaborar em coisas suspeitas. «No escritório, muitas vezes perguntávamos aos colegas se algo lhes parecia bem, e íamos ao departamento de TI mostrar-lhes e-mails estranhos. Isso não aconteceu com tanta frequência ao trabalhar em casa, resultando em tentativas de phishing mais bem-sucedidas».

A boa notícia, revela Chester Wisniewski , é que a necessidade de acesso remoto acelerou a adopção de serviços cloud, tecnologias Zero Trust de acesso à rede e autenticação multifactor. «Muitas empresas tinham planos a longo prazo que foram acelerados, resultando numa segurança mais reforçada, muito antes do originalmente planeado. As empresas sabem agora o quanto dependem da tecnologia; só precisam de actualizar a abordagem de segurança para garantir que é tão fiável quanto possível. Estranhamente, pode ser que a pandemia nos esteja a deixar mais seguros online, mesmo que não o estejamos offline», considera o principal research scientist da Sophos.

Plataforma de segurança é obrigatória
Sergio Pedroche, country manager da Qualys para Portugal e Espanha, assume que a pandemia veio mudar tudo e que, no domínio da cibersegurança, tornou-se claro que o que as empresas precisam é de uma plataforma de segurança e conformidade baseada na cloud. «Em 2020, quando o teletrabalho se tornou a norma, havia uma série de desafios inesperados a enfrentar: VPN sobrecarregadas, dificuldades de mitigação, redes domésticas inseguras, dispositivos e protecção de dados cada vez mais complexos de gerir». E tudo isto enquanto, aproveitando o contexto pandémico, explodiam os ataques de ransomware e outras ameaças graves às empresas.

Sergio Pedroche admite que os últimos dois anos mudaram a cultura e as práticas empresariais das organizações de todos os tamanhos e sectores, como nunca antes visto: «A adaptação a novas necessidades e contextos empresariais tornou claro que era necessária uma nova abordagem à segurança e que a utilização ainda predominante de arquitecturas tradicionais, concebidas principalmente para proteger redes e activos locais, já não era adequada para defender os novos ambientes informáticos dinâmicos e híbridos».

Para Sergio Pedroche, a resposta à nova era da cibersegurança pós-pandemia é clara: estas estratégias não abordarão o problema como um todo e de forma holística, e serão apenas travões que impedirão a capacidade de responder às ameaças actuais com a rapidez suficiente, aumentam os custos e sobrecarregam a gestão. «Os novos tempos exigem, portanto, uma arquitectura de segurança de próxima geração para prevenção, detecção e resposta que se integre perfeitamente num ambiente TI híbrido», diz o country manager da Qualys. Ou seja, uma plataforma unificada com um backend de cloud centralizado: «E se tudo isto for também construído sobre uma arquitetura aberta, altamente escalável e extensível, melhor ainda».

1 comentário

Os comentários estão encerrados.