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IA generativa: a revolução silenciosa

A inteligência artificial tem entrado nas nossas vidas de forma gradual, desde a tecnologia que “alimenta” os nossos smartphones, passando pelas funcionalidades de condução autónoma dos automóveis, até às ferramentas que os retalhistas utilizam para surpreender os consumidores. Consequentemente, o seu progresso tem sido quase imperceptível.

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EUA lideram investimento em IA generativa
Segundo dados divulgados pela McKinsey, de uma perspectiva geográfica, o investimento privado externo em IA generativa, principalmente de gigantes da tecnologia e empresas de capital de risco, está amplamente concentrado na América do Norte, reflectindo o actual domínio do continente no cenário geral de investimentos em IA. As empresas relacionadas com a IA generativa sedeadas nos Estados Unidos angariaram cerca de oito mil milhões de dólares entre 2020 e 2022, representando 75% do total de investimentos nessas empresas durante esse período. O documento ‘The Economic Potential of Generative AI: The Next Productivity Frontier’ refere que o impacto da IA generativa na produtividade pode acrescentar biliões de dólares em valor à economia global: «A nossa mais recente investigação estima que a IA generativa poderia acrescentar entre 2,6 a 4,4 biliões de dólares, anualmente, nos 63 casos de utilização que analisámos – em comparação, todo o PIB do Reino Unido em 2021 foi de 3,1 biliões de dólares. Isto aumentaria o impacto de toda a inteligência artificial em 15 a 40%». Esta «estimativa duplicaria, aproximadamente», se incluíssemos o «impacto da incorporação de IA generativa em software que é actualmente utilizado para outras tarefas», menciona a McKinsey.

Em última análise, a Deloitte diz que IA generativa poderá criar uma relação mais profunda entre os seres humanos e a tecnologia, mais ainda que a nuvem, o smartphone e a Internet fizeram anteriormente. Vários analistas estimam que o mercado da IA generativa atinja os duzentos mil milhões de dólares até 2032, o que representa cerca de 20% do total de gastos com IA, contra os actuais 5%. Dito de outra forma, o mercado irá, provavelmente, duplicar a cada dois anos durante a próxima década, segundo esta consultora. Números à parte, a Deloitte acredita que o impacto económico pode ser muito maior.

Os sectores mais afectados
Parece consensual afirmar que a IA generativa terá um impacto significativo em todos os sectores da indústria. Várias consultoras apontam a banca, a alta tecnologia e as ciências da vida entre os sectores que poderão ver o maior impacto, em termos de percentagem das suas receitas, da IA generativa. No sector bancário, por exemplo, a McKinsey prevê que a tecnologia poderia proporcionar um valor entre 200 e 340 mil milhões de dólares por ano, se os casos de utilização fossem totalmente implementados. No retalho e nos bens de consumo embalados, o impacto potencial também é significativo, entre 400 e 660 mil milhões de dólares anuais.