«Por exemplo, um departamento de recursos humanos, hoje em dia, se quer ser produtivo e excelente nas suas tarefas, tem de trabalhar com uma solução de Human Capital Management. Este é um novo standard, onde o software está a entrar em todas as áreas da empresa e é necessário formar as pessoas para uma nova forma de trabalhar». Como terceiro desafio, Francisco Caselli reconhece o facto de 84% das empresas portuguesas afirmar não ter os recursos internos para esta nova era digital, precisando assim de parceiros tecnológicos para as ajudar a escolher, perceber, implementar, formas e acompanhar na adopção deste tipo de ferramentas «de modo a não perderam competitividade e não ficarem para trás».
ERP não poder back-office
Nuno Figueiredo, board member – sales & marketing da Ábaco, disse à businessIT que, actualmente, não faz sentido falar num ERP que funcione só com o back-office – compras, vendas, financeira… – já que cada vez há mais necessidade de estas aplicações chegarem à especialização do negócio, ou seja, efectivamente estarem presentes no core business da empresa. «Os constantes desafios que as empresas têm enfrentado não dão margem para que haja atrasos ou erros na informação de gestão, nem tão pouco faz sentido que os haja com as ferramentas que hoje estão ao serviço dos gestores».
Nos seus clientes, Nuno Figueiredo detecta uma dificuldade em abandonar a maneira como executam um processo em detrimento das chamadas ‘best practices’ de mercado, comprovadamente testadas e cujos softwares respondem de maneira nativa. «A manutenção de hábitos antigos, além de não ser o modo mais eficiente de executar determinado processo, vai trazer complexidade e risco ao processo de implementação, não falando do aumento no valor do investimento».
Já Victor Pereira, gestor de soluções de gestão empresarial da Minsait acrescenta que a tendência do software empresarial é fomentar uma oferta mais completa, «onde os processos (económico e financeiro, compras, cadeia de fornecimento, experiência do cliente, recursos humanos) estão cada vez mais integrados e com uma clara evolução para cloud».
Preocupações holísticas
Questionado sobre se os gestores já olham para a empresa como um todo ou ainda se focam em apenas determinadas áreas, Victor Pereira admite haver uma evolução positiva, no sentido de as empresas terem uma visão e uma preocupação holística. «Uma visão de todo o sistema, de terem uma solução integrada, visão única da informação e do negócio. Agora é necessário oferecer soluções completas (end-to-end), uma vez que os processos assim o exigem. Um exemplo é a cadeia de fornecimento e a sua integração com processos de venda on-line».