Questionado sobre se faz sentido falar em software de gestão ou, antes, em aplicações de negócio, o gestor diz que faz sentido falar em ambos: «Olhamos para um software de gestão como um todo, onde se incluem as diferentes aplicações de negócios». O que é preciso compreender, diz Fernando Braz, é que cada departamento de uma empresa tem objectivos e estratégias diferentes, pelo que as aplicações que são usadas pelas equipas de marketing devem ter informação orientada para esses mesmos profissionais, assim como no departamento de vendas ou de TI. «O elo em comum é o cliente, e a informação que permite à empresa conhecer e servir melhor o seu cliente, construindo uma relação mais próxima com ele». Por isso, continua, é importante haver depois um software que englobe as informações de todos os departamentos, e que os dados sejam trabalhados de forma completa.
O executivo admite que existe uma tendência inicial para uma empresa investir em tecnologia apenas para uma parte do seu negócio, seja nas vendas, no marketing, no atendimento ao cliente ou no departamento de TI. «Mas aquilo que a experiência nos mostra é que, no universo Salesforce, uma empresa pode começar por utilizar o Sales Cloud, por exemplo, mas rapidamente integra o Marketing Cloud, e com o avançar do tempo acaba por ir integrando mais tecnologias para trabalhar com uma visão 360. É nesse sentido que trabalhamos na Salesforce e acreditamos que as empresas vão estando cada vez mais despertas para isso».
Valor efectivo passou a ser o foco
Tem-se visto uma mudança de mentalidade na concepção de software empresarial, onde o valor efectivo que traz para o utilizador e para o cliente passou a ser o foco, em vez de se concentrar apenas no conjunto de funcionalidades disponíveis, disse à businessIT Francisco Caselli, performance analytics unit director, da PHC Software. Neste sentido, este executivo acredita que o software passou a expandir-se para além das áreas clássicas do ERP (gestão, contabilidade, imobilizado e vencimentos) e passou a contemplar duas áreas importantes como o workplace produtivity e a customer experience. Em resultado desta mudança, o software empresarial, hoje, abrange «todos os departamentos de uma empresa e resolve questões de gestão relacionadas com Human Capital Management, organização do trabalho, inteligência colectiva, business analytics, entre outros». Do ponto de vista tecnológico, Francisco Caselli assegura que a cloud passou a ser «um caminho inevitável», não só por ser um avanço tecnológico, «mas porque vem resolver questões relacionadas com mobilidade, teletrabalho, escalabilidade, segurança e sustentabilidade do investimento».
Os desafios dentro das empresas
Como grandes desafios que estas ferramentas enfrentam dentro de uma empresa, Francisco Caselli identifica, em primeiro lugar, o facto de a adopção de ferramentas na cloud requerer uma modernização de algumas áreas das empresas e uma nova forma de ver os departamentos de TI – não apenas como gestores de infraestruturas internas, mas como facilitadores da adopção de novas tecnologias.
Depois, o responsável fala na existência de uma necessidade de consciencialização e formação aos vários níveis das empresas, para que adoptem o software de gestão para além da sua utilização tradicional.
