Além Fronteiras

Dynatrace reinventa Gestão de Desempenho de Aplicações

Monitorização de cloud, contentores de código aberto, medição de desempenho e melhorias na experiência do utilizador foram os temas em destaque na conferência anual Perform 2020 que a Dynatrace realizou em Las Vegas. Tudo isto alavancado com tecnologias de inteligência artificial.

O crescimento exponencial das aplicações, a migração para arquitecturas multicloud, a mobilidade e a implementação de micro-serviços elevam a infra-estrutura tecnológica e de negócios para além dos limites das organizações, o que potencia a complexidade e dificulta o controlo. Em Las Vegas, na conferência Perform 2020, a Dynatrace prometeu ajudar a descomplicar tudo isto. Para isso, utilizou a Inteligência Artificial e… Vanilla Ice.

Mas antes de irmos à música, relembremos que a Dynatrace tem vindo a provar ao mercado a sua capacidade de reinvenção, algo que John Van Siclen, CEO desta empresa de Gestão de Desempenho de Aplicações (APM), detalhou à businessIT numa entrevista em exclusivo que publicaremos na próxima edição.

Há cerca de cinco anos, John Van Siclen pediu aos seus melhores engenheiros e arquitectos que explorassem como a cloud afectaria os seus negócios. Todos parecem ter chegado à mesma conclusão: era necessário reinventar tudo. E assim foi. Do zero – os accionistas não acharam particular ‘piada’ à estratégia – havia que construir uma nova solução. Uma equipa de quarenta engenheiros, que em dois anos se tornaram 120, deram corpo, alma a algoritmo a uma nova plataforma que hoje já é responsável por 87% da facturação da empresa. Os accionistas voltaram a sorrir. E mantiveram o sorriso.

Em Agosto de 2019, as acções da Dynatrace subiram 49% na sua estreia no mercado. Mais recentemente, os seus ganhos aumentaram 400%, com as acções de IPO a continuarem a subir. A empresa de Gestão de Desempenho de Aplicações estendeu recentemente o suporte ao software Kubernetes, à medida que se torna ‘full-stack’. Os especialistas, no entanto, questionam se isto será suficiente para corrigir o problema de complexidade da nuvem que está a ficar cada vez mais fora de controlo.

Na Perform deste ano, Van Siclen alertou que as empresas irão criar e implementar tantas aplicações nos próximos três anos… como nos últimos quarenta anos. «As modernas ferramentas de cloud costumam actuar como funções distintas em ambientes de ‘salas de guerra reactivas’ que não permitem que as organizações adoptem a transformação na qual controlos automáticos avançados entram em acção”, acrescentou. No futuro, diz Van Siclen, a automatização será obrigatória num mundo digital onde os resultados de negócio terão prioridade sobre tudo.

Complexidade aumentou
A questão é ‘simples’: hoje, qualquer falha pode fazer a diferença entre permanecer no mercado ou ter de sair, especialmente quando as organizações estão a caminho da transformação digital e devem garantir que a base de tecnologia na qual os seus processos de negócios se baseiam funcione com precisão.

Nesse contexto, as práticas de gestão de aplicações usadas até recentemente tornaram-se obsoletas. John Van Siclen fala na necessidade de uma nova forma de pensar. «Uma mentalidade que se recusa a modernizar pode causar mais estragos do que equipamentos desactualizados», disse aos mais de três mil participantes no evento na cidade de Las Vegas.

De acordo com um estudo da empresa, o Relatório Global CIO 2019-20, a complexidade aumenta porque as organizações estão a implementar estratégias ‘cloud first’. Por exemplo, a Dynatrace relata que 87% das organizações já usam nuvens privadas, 70% usam micro-serviços, enquanto 68% usam contentores.

Embora as ferramentas de monitorização usadas há anos tenham demonstrado a sua eficácia, hoje são insuficientes pelo que muitas empresas optaram por desenvolver as suas próprias ferramentas, o que muitas vezes lhes causa mais problemas do que oferece soluções.

Para ajudá-los a superar esse desafio, a Dynatrace apresentou uma nova geração do seu módulo de Monitorização de Infra-estrutura, que oferece uma visão abrangente de ambientes nativos da nuvem, personalização de métricas e monitorização de logs, além de adicionar inteligência.

Com maior capacidade de observabilidade, como a empresa lhe chama, são integradas fontes de dados adicionais, provenientes de serviços como AWS e Azure, para obter respostas exactas que permitem solucionar os problemas com mais eficiência, aumentar a produtividade e acelerar a inovação em ambientes nuvem.

O ‘Infrastructure Monitoring’ integra o Davis, o mecanismo de IA da Dynatrace que gera automaticamente os indicadores e algoritmos de referência sobre o desempenho da infra-estrutura e confiabilidade métrica e ajusta automaticamente a monitorização para ambientes em nuvem. Dessa maneira, a inovação é acelerada, melhorando o desempenho da infra-estrutura, garante a empresa.

Suporte ampliado para Kubernetes
O Kubernetes continua a consolidar-se como uma plataforma para orquestração de contentores de código aberto que automatiza a implementação, escala e gestão de aplicações. Os analistas admitem que certamente terá um grande potencial no futuro, mas também pode aumentar a complexidade operacional e dificultar a gestão das operações.

Aliás, os programadores e administradores de TI já enfrentam esse problema. Para ajudar, a Dynatrace anunciou a expansão do seu suporte Kubernetes para fornecer visibilidade ‘full stack’ e corrigir anomalias de desempenho para clusters, contentores e cargas de trabalho do Kubernetes.