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Perspectivas para 2020: confiança, consolidação e inovação

O que marcou 2019 e o que esperam as empresas que actuam no mercado nacional de tecnologias de informação (TI) para o próximo ano? Falámos com diversas organizações de todas as áreas das tecnologias e chegámos à conclusão de que há um clima de confiança. Os gestores falaram ainda de consolidação e inovação.

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Papel cada vez mais importante nas comunicações
«Um ano marcante». Foi assim que Carlos Paulino, managing director da Equinix Portugal, descreveu 2019. O responsável da empresa de interconexão e data center explicou que a empresa manteve «o cliente no centro de tudo», expandiu «o alcance geográfico e melhorou o portfólio de soluções». Em 2020, a Equinix está «confiante» de que Portugal «irá consolidar o papel de relevo que já ocupa no panorama das comunicações» e Carlos Paulino salientou isso mesmo: «O País tem a oportunidade de se assumir como um importante hub de dados em termos globais, graças à sua posição geográfica e elevado índice de desenvolvimento tecnológico. A Portugal, chegam os mais importantes cabos submarinos oriundos das Américas, de África e também da Ásia e todos eles passam pelo data center da Equinix em Lisboa. Estamos, assim, em condições de proporcionar às empresas e demais organizações localizadas em Portugal as melhores rotas de interconexão com todo o globo».

Um ano com um «pipeline muito promissor»
A Altitude Software foi outra das empresas nacionais com um ano positivo, não só pelo «ritmo de crescimento» como pela «internacionalização» já que a tecnológica reforçou a presença no mercado norte-americano com a abertura de um novo escritório em Chicago. Miguel Noronha, executive vice-presidente para Portugal da Altitude Software falou da visão para 2020: «Mantemos uma perspetiva cautelosa mas optimista. A instabilidade dos mercados e países pode afetar o sector, mas este está a atravessar uma fase de crescimento assinalável. Portugal é um mercado maduro, com forte histórico nesta área tecnológica, pelo que os crescimentos não são muito acelerados, mas iniciámos o ano com um pipeline muito promissor».

Acelerar a transformação digital
A IDC define a transformação digital como um «processo contínuo através do qual as organizações se adaptam ou impulsionam alterações nos clientes e mercados através da utilização de competências digitais para inovar na criação e novos modelos de negócio, produtos e serviços que combinam experiências digitais e físicas e melhoram a eficiência operacional e o desempenho da organização».

A consultora tem vindo a avisar que Portugal não está a acompanhar os países mais avançados.  Mas como será 2020? Gabriel Coimbra, group vice president e director-geral da IDC Portugal, esclareceu o que acredita que serão os próximos anos, com base em quase cinco anos de estudos relativo à evolução da transformação digital (DX) à nível global: «Estamos claramente numa segunda fase onde o mercado é composto por empresas que já estão a executar o seu roadmap de transformação e procuram retirar valor da sua maturidade digital, e empresas que ainda estão em fase de definição estratégica e/ou a desenvolver o seu roadmap».

Assim, a consultora prevê que em 2020, «40% das organizações nacionais já estarão a executar o seu roadmap de transformação e terão o digital embebido nas suas estratégias de negócio». Apesar desta evolução, o mercado nacional ainda não estará a acompanhar o resto do mundo, já que «a mesma previsão ao nível mundial aponta para 55% das organizações» tenham já o digital nas suas estratégias de negócio, ou seja, «Portugal precisa acelerar ainda mais a sua maturidade digital», alertou o director-geral da IDC Portugal.