Reportagem

Oracle: trinta anos de consistência no mercado português

A Oracle Portugal organizou mais uma edição do seu evento anual no Convento do Beato, em Lisboa. Bruno Morais, country manager da empresa, realçou a «consistência» como a chave do sucesso da tecnológica que comemora trinta anos no País.

Liderança e motivação
Fernando Santos, seleccionador nacional, foi o convidado especial do evento e fez diversos paralelismos entre o mundo do futebol e o empresarial. Formado em engenharia electrónica e de telecomunicações e, também, dono de algumas empresas, Fernando Santos explicou que «no futebol e nas empresas há um objectivo e cabe ao líder ajudar a equipa a concretizá-lo». O treinador acrescentou que ambos os mundos são compostos por «jogos de estratégia» e que nos dois casos «é preciso ajustar à estratégia conforme os obstáculos ou adversários».

Sobre liderança, o seleccionador foi categórico: «Ser líder não é para quem quer, é preciso ter algo que não está ao alcance de todos» e que o ideal é quando «os jogadores fazem aquilo que quer», mas pensam que estão a «fazer aquilo que eles querem».

Quanto à tecnologia, é hoje «parte essencial» do trabalho de Fernando Santos e da sua equipa, sendo usada por cerca de quarenta profissionais da selecção essencialmente na «análise dos treinos» e «observação e estudo dos adversários».

Digitalização e cloud
No painel ‘A realidade da transformação digital’, Bruno Horta Soares, leading executive advisor da IDC, indicou que a digitalização «não é só ter processos mais eficientes», mas sim «escolher soluções que tragam maior valor à organização e não porque determinadas tecnologias estão na moda». Trazendo a cloud para a discussão, o responsável destacou a previsão da consultora de que, em 2021, «70% das aplicações empresarias vão ser desenvolvidas nativamente na cloud» e referiu que a nuvem «é como as empresas podem transformar e redesenhar os negócios».

Ermelinda Carrachás, secretária-geral da Economia, explicou que o «Estado está a fazer um processo de transformação» e que os processos «críticos ainda não estão na nuvem», mas que «os novos serviços e aplicações já estão a ser feitos na cloud, designadamente no caso do Ministério da Economia». No entanto, apesar de a tecnologia «ser um facilitador» ainda «não é o normal» e «é um caminho que está a ser percorrido» na administração pública. António Gameiro Marques, director-geral do Gabinete Nacional de Segurança, revelou que uma das dificuldades é no investimento porque «quando se compra soluções on-premises é considerado Capex mas quando são cloud, é Opex» e que administração pública tem restrições nestes gastos já que «não se pode gastar mais do que se gastou no ano anterior». Segundo o executivo, «isto é um entrava à adopção da cloud».

Na Sonae, a nuvem é já uma realidade. Bruno Mourão, head of IT architecture da empresa, disse que usam «cloud híbrida» e sobretudo em plataformas e infra-estrutura e não tanto ao nível do software: «Usamos mais PaaS do que IaaS pela facilidade de não termos de gerir as plataformas».

João Aroeira, IT/IS director – delivery & transformation management da NOS, referiu que «é preciso confiança na cloud» e que nos últimos três anos esta «tem vindo a melhorar mas que é algo que vai sendo ganho com o tempo e com experiência». O responsável concluiu que «a cloud é o futuro» mas que ainda se está em «processo de aprendizagem».