Reportagem

IDC: investimento no digital vai ser oito vezes superior ao crescimento da economia

No Future of Digital Innovation, a consultora partilhou as principais tendências ligadas à transformação digital e à inovação. A IDC acredita que as empresas que apostem na inovação digital são as que melhor vão lidar com a crise e as que serão mais competitivas.

No último evento da IDC Portugal em 2022, que decorreu no PT Meeting Center em Lisboa, Gabriel Coimbra, group vice president e country manager da IDC Portugal, referiu que «mais de 90% da inovação empresarial passa pelo digital». O responsável salientou que há «uma evolução de um modelo de transformação digital para um modelo de digital business», em que as organizações estão «interessadas em perceber o impacto do digital e o retorno que está a trazer ao negócio». Nesta fase de ‘digital-first’, os CEO das empresas têm a «tecnologia no topo da agenda» e esta é o «principal driver para criar novos produtos e serviços».

Gabriel Coimbra avançou as previsões da IDC para 2023 em relação à estratégia de negócio digital a nível mundial: «O investimento na tecnologia digital para a transformação do negócio vai ser oito vezes superior ao crescimento da economia». E, apesar do contexto de crise económica e geopolítica, «dois terços das organizações pretendem aumentar o investimento na área das TI no próximo ano».

O peso das receitas dos produtos, serviços e experiências digitais também vai aumentar e deve chegar aos «40%, em 2026», acredita o country manager. Gabriel Coimbra disse ainda que as empresas mais avançadas digitalmente têm «mais 28% de receitas que as restantes organizações» e «uma rentabilidade 24% superior».

Inovar é vital
Já ao nível das previsões ligadas à inovação digital, ou seja, «da capacidade de as organizações utilizarem software e tecnologia para criar valor», Gabriel Coimbra esclareceu que, em 2024, as «cinco maiores empresas de cada sector vão usar o digital para sair da crise e lidar com a incerteza». Depois, daqui a seis anos, as empresas vão desenvolver «mecanismos para que os developers possam dedicar 75% do tempo à inovação», comparativamente aos actuais 25%. O responsável referiu ainda que, em 2026, 75% líderes vão «pensar a inovação de forma estruturada, criar programas e uma cultura de inovação» e que, no que diz respeito às receitas, as organizações que usarem «parcerias e ecossistemas de dados vão conseguir aumentar a facturação dez vezes mais rápido».

Por último, o country manager falou da evolução do digital fora das áreas de TI e revelou que, até 2027, a percentagem de «pessoas não-técnicas que dedicam dez horas por semana à inovação digital vai aumentar de 5 para 45%». A contribuição dos colaboradores não tecnológicos, feita com base em «soluções low-code ou no code», será vital para a «rapidez com que as empresas inovam» e para a criação «de produtos e serviços fáceis de utilizar», concluiu Gabriel Coimbra.

O responsável sublinhou ainda que a inovação digital é «o pilar fundamental para que as empresas consigam ser competitivas e tenham um crescimento sustentado numa economia cada vez mais digital»