A Inteligência Artificial Generativa, que tem estado no centro da discussão ao longo dos últimos meses, é a tendência identificado por Tiago Esteves, explicando ser uma tecnologia que conta ainda com um imenso potencial por ser explorado por parte das organizações. «No entanto, a médio prazo a discussão deverá também incluir como se deve dar prioridade à inovação responsável para ajudar a orientar a forma como esta tecnologia transformadora pode e deve ser utilizada».
Uma reenganharia de processos
Miguel Vergamota, sales director HCM Iberia & Latam da Talentia Software, traz um novo paradigma para a “mesa de negociações”: a hiperautomação vem trazer inovação às organizações porque obriga a uma reengenharia de processos O executivo explica que os torna mais ágeis, muito mais rápidos e ajuda a tomar decisões mais correctas (porque são fundamentadas com muitos mais dados) e com uma personalização em escala. «A melhoria da experiência do cliente, juntamente com a personalização, permite uma adaptação muito mais fácil às mudanças do mercado, o que traz, em consequência, mais resiliência às organizações».
No seu entender, são vários os desafios que as empresas enfrentam para implementar a hiperautomação: desde logo, os sistemas actuais podem não estar preparados para interagir com as tecnologias mais modernas, o que se pode tornar numa barreira à hiperautomação eficaz. «Também existem vários desafios relacionados com o factor humano, nomeadamente a formação em novas tecnologias, um factor chave para o sucesso – e, em muitas empresas, os colaboradores não estão preparados». Esta falta de formação, segundo Miguel Vergamota, acarreta outros problemas, como o sentimento de ameaça ou que se está em risco de perder o emprego. O factor financeiro também é um desafio mencionado pelo especialista, visto serem necessários investimentos elevados em várias tecnologias, como Inteligência Artificial, Machine Learning e RPA, e com manutenção contínua. «É importante frisar também que para adoptar a hiperautomação é necessária uma gestão da mudança nestes processos, e não se podem por de parte questões de ética, visto que pode haver preconceito nos dados disponíveis e em decisões anteriores».
A par das opiniões proferidas anteriormente, também Miguel Vergamota admite que a hiperautomação pode ter um impacto significativo em algumas organizações, tanto no aumento da eficiência operacional como na redução de custos. «Melhorias na rapidez dos processos podem trazer uma menor necessidade de mão de obra e redução de custos, mas também uma maior eficiência nos tempos de resposta a clientes (internos e externos) ficando estes mais satisfeitos, e ainda registando uma redução dos erros».
O director de vendas acredita mesmo que a hiperautomação vai continuar a desenvolver-se e a um ritmo cada vez maior. «Mais e melhores tecnologias (no sentido da fiabilidade) vão aparecer e, com o passar do tempo, cada vez mais organizações vão ter acesso a estas tecnologias, o que leva os níveis de hiperautomação ao extremo. Com um ritmo cada vez maior haverá uma transformação nos empregos, mas também nos processos e nos modelos de negócio».