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Zero Trust: a segurança no centro de todas as decisões

O modelo Zero Trust é uma abordagem proactiva que coloca a segurança em primeiro lugar, em todas as interacções na rede. Isto é especialmente importante num mundo cada vez mais conectado, onde a segurança informática se tornou uma das principais preocupações para empresas de todos os tamanhos e sectores. Apesar de terem consciência da importância desta abordagem, em Portugal ainda são poucas as empresas que, realmente, investem neste domínio.

Organizações ficam mais protegidas
A  Dell Technologies acredita ser um dos principais agentes de mercado na implementação de soluções de cyber resilience e cyber recovery, que incluem, sempre que possível, uma política de Zero Trust. Isabel Reis, directora-geral da Dell Technologies Portugal, admite que a vantagem deste modelo está no facto de estas empresas, ao partirem do princípio que podem sofrer um ataque cibernético a qualquer momento, vindo de qualquer lado (interno ou externo), estão bastante mais protegidas e preparadas para recuperar a informação em caso de ataque: «O modelo Zero Trust pretende desmistificar a ideia de que tudo o que está dentro da rede da empresa é seguro. O modelo ‘zero confiança’ no utilizador garante, assim, processos de segurança muito mais sofisticados e a informação da empresa fica mais segura e menos vulnerável».

Para Isabel Reis, as empresas nacionais estão, cada vez mais e em maior número, a apostar em implementação de arquitecturas seguras, fazendo «tudo o que está ao seu alcance para proteger a informação». Mais importante ainda, querem estar preparadas para manter a continuidade do seu negócio em caso de ataque: «As soluções de cyber security estão “desenhadas” para proteger as empresas dos ataques, mas não são 100% efectivas e os dados corporativos são corrompidos diariamente», até porque, defende a executiva, os ataques são cada vez mais sofisticados: «No passado, os hackers atacavam com variantes muito básicas, encriptando ficheiros, criando extensões em documentos e outro tipo de comportamentos óbvios, fáceis de detectar. Hoje os ataques envolvem técnicas de corrupção mais sofisticadas incluindo a encriptação parcial, alteração de conteúdos que são escondidos em ficheiros e base de dados e são muito mais difíceis de detectar».[

Por outro lado, Isabel Reis lembra que a Lei n.º 46/2018, de 13 de Agosto, que aprovou o regime jurídico da segurança do ciberespaço, obriga à implementação de requisitos de segurança nas redes e sistemas de informação e inclui as regras para a notificação de incidentes, que devem ser cumpridas pela Administração Pública, operadores de infra-estruturas críticas, operadores de serviços essenciais e prestadores de serviços digitais.

Alto nível de segurança
A segurança é uma parte fundamental do negócio da Lenovo. A empresa acredita que as soluções de segurança devem andar de mãos dadas com a inovação e, por isso, ao considerar as vantagens do modelo de Zero Trust em relação aos modelos de segurança tradicionais, opta por explorar este perímetro: «O modelo de Zero Trust destaca-se por oferecer um nível de segurança elevado, pois assume que não se pode confiar automaticamente em qualquer dispositivo ou utilizador dentro da rede – aqui todas as actividades e acessos são verificados continuamente. A adopção deste modelo considera ainda uma redução do risco de violações ao limitar o acesso apenas aos utilizadores, dispositivos e aplicações que precisam dele, simultaneamente este permite uma maior agilidade, uma vez que concede aos utilizadores acesso aos recursos necessários a partir de qualquer local e dispositivo, sem comprometer a segurança da rede», diz, à  businessIT, Patrícia  Nuñez, product  &  operations director da  Iberia na Lenovo.