Por fim, a Coinbase, lembra Pedro Pombo: vinda do mundo cripto, vê as aplicações possíveis do metaverso em áreas distintas dos serviços financeiros e está a fazer apostas estratégicas também neste espaço. «Mas, ao mesmo tempo que temos toda esta comoção nas big tech, as pessoas e o cidadão comum também estão a tomar esta tecnologia pelas rédeas – um exemplo interessante é o Bored Apes Yacht Club, uma marca NFT criada inicialmente por dois amigos, que já está a chegar ao mainstream, muito por culpa da comunidade e das experiências criadas em redor do conjunto de NFT que criaram».
Uma rápida transformação
Enquanto estamos nos estágios iniciais do metaverso, as empresas avançam rapidamente em direcção a um futuro muito diferente daquele em que foram projectadas para operar. Esta onda de inovação que se avizinha exigirá, segundo a Accenture, a partilha de experiências e a contribuição de todos para moldar o futuro: «As organizações devem aproveitar esta oportunidade, garantindo que é desenvolvida com responsabilidade e sustentabilidade. Os líderes precisam de reimaginar como abordar os negócios da próxima década – que mundos é que vão definir e projectar». Esta transformação será, no entender de Pedro Pombo, muito rápida; se as empresas não agirem agora, passarão a operar em mundos criados por – e para – outras pessoas: «É um momento emocionante e potencialmente intimidante, mas é importante ter em mente que não é algo completamente novo, mas sim uma reinvenção da nossa realidade actual».
Metaverso: jovem e atraente
Para a Equinix, o metaverso vai integrar muitos aspectos das actuais tecnologias digitais, incluindo ferramentas de colaboração, jogos, criptomoedas, realidade virtual, redes sociais, e-commerce, eventos ao vivo, etc., de uma forma muito imersiva e interoperável. «Estamos perante uma realidade que é “jovem e atraente”, mas que tem sido alvo de investimentos contínuos, que deverão crescer ainda mais no decurso de 2022. Já há muitas indústrias que estão a preparar as bases para o metaverso», explicou à businessIT Carlos Paulino, managing director da Equinix Portugal. Este responsável dá como exemplos os sectores da música, desporto, TV e cinema, moda e retalho, os primeiros a entrar neste novo mundo, esperando-se que sejam seguidos por players dos transportes, defesa e farmacêutico.
No entanto, os elevados volumes de dados que terão de ser geridos para tornar o metaverso uma realidade palpável, poderão, em breve, ultrapassar a capacidade disponível na rede, alerta o gestor: «Mesmo os mais complexos videojogos de hoje exigem ‘apenas’ uma pequena fracção do processamento e desempenho de rede que serão necessários para implementar um mundo digital, no qual milhares de milhões de pessoas, através de vários dispositivos, poderão aceder simultaneamente a uma realidade virtual ou aumentada».