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O poder do metaverso

As expectativas são grandes. O metaverso deverá integrar as actuais tecnologias digitais, desde ferramentas de colaboração, a jogos, criptomoedas, realidade virtual, redes sociais e mesmo e-commerce ou eventos ao vivo. De que forma o mundo dos negócios vai aproveitar todo este potencial?

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Pedro Pombo explica que, na Accenture, se acredita que o metaverso é mais um estágio daquilo que é a evolução da Internet: «Se pensarmos nos anos noventa, a Internet era muito virada para conteúdos (The Internet of Data), para poder ter grandes quantidades de informação acessíveis em qualquer lugar, a qualquer hora, e com capacidades de pesquisa», exemplificando que, na primeira década dos anos 2000, passávamos mais tempo na internet, mas como não deixávamos de ser humanos, necessitávamos de socializar neste espaço também. «Foi o advento da vida social digital, das redes sociais, da Internet das Pessoas. E se, na primeira década dos anos 2000, ligámos pessoas a pessoas, na segunda começámos a ligar coisas a coisas, através da Internet, de sensores, de tecnologias de comunicação. Aumentámos o mundo digital para as pessoas, ligámos carros, casas, electrodomésticos, etc. – a Internet das Coisas (IoT)».

A ‘Internet of Place’
A partir de 2020, Pedro Pombo diz termos chegado aos novos estágios da Internet. No seu entender, um destes estágios é o que dá “forma” ao metaverso, que liga pessoas, espaços, e coisas, tanto num mundo virtual, como real, sempre evocando uma sensação de presença. «Chamamos-lhe a ‘Internet of Place’, que tem embebida em si o contexto de localização, de se sentir que se está e que se faz parte do espaço, e que se interage com pessoas, coisas e espaços, quer no mundo físico, quer no virtual e numa mistura dos dois». [Text Wrapping Break]Segundo a Accenture, outro estágio paralelo, e que dá “função” ao metaverso, é o que denominamos como ‘Internet of Ownership’, apoiado pelos avanços feitos no mundo cripto, em NFT e outras tecnologias, que fornecem a componente de economia, de valor e de mercado a todo o metaverso.

Um potencial de trezentos mil milhões de dólares
É relevante também observar-se a evolução do investimento no metaverso: «Estamos a falar em valores bastante significativos, completamente avassaladores do ponto de vista do investimento. Temos números que indicam que, em 2024, o mercado de realidade aumentada e de realidade virtual vai rondar os trezentos mil milhões de dólares, um crescimento muito acentuado». A título de referência, Pedro Pombo citou que o mercado global de gaming chega aos 314 mil milhões de dólares.

Obviamente, os ‘suspeitos do costume’ estão cada vez mais presentes nesta onda de transformação… e estão a investir. Senão, vejamos: o Facebook atirou-se de cabeça e dedicou-se completamente ao metaverso, incluindo-o no seu propósito e na sua da própria marca. Já a Microsoft, com a compra do AltspaceVR, da pendente aquisição da Activision/Blizzard e do lançamento do Mesh, ganha agora componentes-chave para ser player do metaverso. A Apple também já demonstrou o seu interesse em realidade aumentada e garantiu que será parte do seu futuro.