Em Foco

A inteligência da cloud

O discurso vai mudando à medida que o mercado amadurece. Se, antes, a mensagem era a de ir para a cloud a todo o custo, agora é ir para a cloud... mas de forma inteligente. Chamam-lhe a ‘cloud smart’ e é um conceito que implica escolher o melhor cenário para cada cliente, analisando cada workload e decidindo se é um bom ou mau candidato para migração para nuvem – e qual escolher.

starline/Freepik

A necessidade de definir uma estratégia
Ao longo dos últimos anos, os fornecedores de soluções investiram boa parte da sua energia a evangelizar o mercado de que o futuro seria cloud, ao mesmo tempo que disponibilizaram as suas ofertas para estes ambientes. O tema foi de tal ordem badalado que, a determinada altura, a cloud parecia ser o remédio para qualquer situação. «É verdade que a cloud representa a melhor solução para grande parte dos contextos, contudo, é necessário ter uma estratégia bem definida para a sua adopção», explica David Afonso, senior vice president da Primavera BSS.

O responsável avança que nem todas as soluções podem ser 100% cloud e que, por outro lado, em muitos casos é possível rentabilizar os investimentos realizados no passado, quando se “desenha” a jornada de transição para a cloud. «Neste contexto, o termo ‘cloud smart’ representa precisamente alcançar esse estágio de maturidade no que à adopção da cloud diz respeito». O gestor é da opinião de que a pandemia veio acelerar uma tendência que já estava a acontecer, com os que duvidavam da cloud, de repente, a perceberem as suas potencialidades: «Quem estava no processo de transição, aproveitou para o acelerar».

Já  Nuno Melo, co-fundador da Boost IT e fundador/CEO da Nexus toca em dois temas particularmente sensíveis, quando o tema é a cloud: os custos e a segurança. «Ser cloud smart é, exactamente, aproveitar todo o potencial que esta tecnologia nos oferece, sem nunca relegar estes e outros tópicos para segundo plano. No fundo, é usar a cloud de uma forma responsável e mais produtiva». O executivo salienta que a nuvem desempenha um papel fundamental em todo este processo de transformação digital que a sociedade atravessa,«porque permite a «descentralização do armazenamento e processamento», conferindo assim «ferramentas extremamente poderosas a qualquer organização».

Disrupção é o novo normal
Acreditando que a pandemia veio demonstrar as fragilidades das soluções on-premises, Nuno Melo adianta que, com a imposição do trabalho remoto, foi notório que os negócios que já se encontravam 100% em cloud tiveram muito mais facilidade em contornar o problema, potenciando aos seu colaboradores e clientes soluções para poderem continuar a exercer as suas funções: «Notámos uma maior procura por estas tecnologias».