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2021: ano de crescimento, apesar da pandemia

As empresas de TI a operarem em Portugal estão confiantes que este será um ano de recuperação. A verdade é que muitas delas até conseguiram crescer em 2020, apesar de ter sido um ano desafiante e que obrigou muitas a reinventarem-se. Para 2021, há um optimismo moderado, mas as empresas vão continuar a investir, a contratar e a ajudar clientes na sua transformação digital.

Um ano de transformação e adaptação
No caso da TP-Link, o ano passado foi de «aumento significativo de vendas na área de consumo» e de «retrocesso» na área empresarial, salienta Paulo Barreira, sales director da TP-Link Portugal. O responsável afirma que, no mercado nacional, 2020 foi «positivamente extraordinário em todos os sentidos e também desafiante», em que a marca teve «o maior registo de vendas de sempre». A empresa cresceu «60%, em vendas de unidades, 66% na categoria small office/home office e 42% ao nível das PME». 2020 foi também de mudança em termos logísticos e financeiros para a TP-Link no País, já que a tecnológica passou a «facturar directamente de Portugal» e a receber os produtos de «um armazém em Espanha», quando «anteriormente vinham da Alemanha», refere.

Já para este ano, as perspectivas são optimistas. No que diz respeito «ao negócio de consumo, o mesmo já não irá ser tão relevante dentro do negócio TP-Link» e a empresa terá que se «reinventar de forma a que novas categorias como MESH, 4G, Wifi6, smarthome tenham um papel motor e que continuem a criar balanço para a categoria continuar a crescer». Já ao nível empresarial, a TP-Link diz que «aposta é muito alta» e Paulo Barreira explica os motivos: «É sabido que temos muito espaço a percorrer de forma a ter o mesmo brand awarness no mercado que temos no consumo, mas demos já, neste último trimestre, passos muito largos de forma a criar condições para um ano 2021 e seguintes muito fortes». O sales director destaca a «integração do SDN Omada» no portfólio, além do «programa de parceiros específico para esse canal» e a melhoria dos «recursos humanos e dos processos internos» como elementos fundamentais para o sucesso da empresa este ano.

Retoma e confiança
A aceleração na adopção da tecnologia, em 2020, fez também com que o ano tenha sido «positivo», explica Paulo Rodrigues director geral da GTI Portugal; no entanto, não deixou de ser «atribulado». O responsável explica que a empresa «soube reinventar-se, e adaptar o negócio com a ajuda dos parceiros a nova realidade». A aquisição do Grupo GTI pelo Grupo Esprinet coloca «excelentes perspectivas futuras» e é por isso que Paulo Rodrigues está optimista em relação ao futuro: «Acredito que 2021 irá trazer grandes novidades e grandes oportunidades também. Esperamos que a retoma da economia seja uma realidade, para que se possa recuperar os níveis de confiança de 2019. Temos um canal de parceiros, cada vez mais bem preparado, que aprendeu e evoluiu bastante com as adversidades de 2020, soube adaptar-se». É por tudo isso que o director geral considera que GTI está «mais preparada para uma tendência desejável de crescimento em 2021».

Tecnologia de consumo e empresarial a crescer
Na área da distribuição, a jp.di é uma referência e de acordo com o director-geral Ricardo Ferreira, o ano passado ficou marcado por «uma mudança de paradigma tecnológico muito acentuada» em que o «consumo de bens tecnológicos cresceu exponencialmente» e em que as empresas tiveram «de digitalizar os seus processos e renovar o parque informático de uma semana para a outra. O responsável salienta 2020 «vai ficar marcado nos livros de história como o ano central da Indústria 4.0». Para a jp.di, foi «de grandes desafios, mas que se revelou ser o melhor ano de sempre».

Já para 2021, Ricardo Ferreira, diz que «as perspectivas são de um contínuo crescimento» e explica os motivos: «Acreditamos que 2021 será, também, um ano muito importante no sector empresarial no que toca a implementação e adopção da modernização do posto de trabalho através de soluções cloud e reforço de contextos de cibersegurança. O crescimento da procura de tecnologia de consumo será também uma realidade alinhada com a tendência dos últimos anos».