À medida que o sector de serviços financeiros continua a inovar para atender os clientes através de canais digitais, todos acabamos por nos tornar alvos cada vez mais atraentes para ataques cibernéticos. As redes do crime organizado estão particularmente empenhadas em usar as aplicações das instituições financeiras para obter acesso a informações valiosas, como credenciais, para assim maximizar as suas oportunidades de monetização pós-violação. A luta é, cada vez mais, real, até porque as instituições de serviços financeiros são «trezentas vezes mais atingidas por ataques cibernéticos que as empresas de outros sectores», de acordo com a Accenture. Isso torna a segurança cibernética uma prioridade que requer investimento contínuo.
De acordo com esta consultora, bancos, empresas do mercado de capitais e seguradoras gastam uma média anual de dezoito milhões de euros por empresa para combater este tipo de crimes, mais de 40% acima da média dos cerca de treze milhões de euros, por empresa, em todos os sectores.
O problema é que os ataques cibernéticos aumentam, não só de número, mas também de sofisticação. Cada vez que uma empresa implementa uma nova defesa, os cibercriminosos criam um método de ataque de última geração. De uma coisa parece não haver grande dúvida: o cibercrime é um negócio lucrativo, especialmente num sector centrado na gestão de dinheiro. Mas quão grande é o potencial de retorno? Os analistas explicam que o cálculo da taxa de retorno dos ataques é semelhante ao cálculo da taxa de retorno de um típico jogo de feira, daqueles em que ganhamos um urso de peluche. Ou uma toalha de mesa.
O valor será diferente, dependendo do tipo de ataque e do alvo, mas se um cibercriminoso atacar vezes suficientes, a recompensa compensará o custo. «No exemplo do jogo de feira, se gastarmos um euro para jogar, temos 10% de probabilidade de ganhar um brinde no valor de dez euros. Se o valor ou a hipótese de sucesso melhorar, a taxa de retorno será maior e, com o tempo, o atacante ganhará vantagem. Por outro lado, se o valor ou a hipótese de sucesso diminuir, a taxa de retorno será menor», explica a tecnológica f5 – «ou seja, se o custo aumentar, os invasores têm de garantir que as suas despesas são menores do que o valor, ou começarão a ter uma taxa de retorno negativa».
Economia confiável é fundamental
De acordo com o relatório Securing the Digital Economy, da Accenture, as empresas nunca estiveram tão dependentes da economia digital e da Internet, para crescer. Menos de uma em cada quatro empresas dependia da Internet para realizar as suas operações comerciais há dez anos: agora, esse valor é de 100%. «Uma economia digital confiável é fundamental para o crescimento futuro de uma organização, de acordo com 90% dos líderes empresariais, mas o impulso para a inovação digital está a introduzir novos riscos», explica a consultora.
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