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A economia da cibersegurança

A segurança deve ser uma competência central em toda a organização e incorporada em tudo o que uma empresa é e faz. De pessoas a dados, e tecnologias, todos os aspectos de um negócio convidam ao risco. As empresas, definitivamente, precisam de melhorar o valor económico das suas estratégias de segurança cibernética.

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Mas há outros aspectos a ter em consideração. A gestão eficaz do cibercrime envolve organizações que procuram proteger mais que as suas próprias quatro paredes, sobretudo porque as cadeias de abastecimento estão ameaçadas à medida que os invasores cibernéticos mudam os seus padrões de ataque para ambientes de parceiros de negócios como um ponto de entrada nos sistemas de destino. Ataques indirectos dessa natureza podem representar 23% do valor total em risco para as organizações nos próximos cinco anos, diz a Accenture. «As organizações precisam de trabalhar com os parceiros na sua cadeia de abastecimento para colaborar na protecção de todo o ecossistema de negócio». O estudo revela que a extensão do valor económico pode estar em risco se os investimentos em segurança não forem feitos de forma sensata. A oportunidade varia de acordo com o sector, com a alta tecnologia sujeita ao maior valor em risco, 753 mil milhões de dólares – nos próximos cinco anos, seguido por 642 mil milhões para as ciências da vida e de 505 mil milhões, para o sector automóvel.

Confiança é fundamental
Segundo os analistas, há outra forma de olhar para o valor em risco – vê-lo como uma oportunidade de criação de receita vinculada a melhorias na protecção da segurança cibernética. À medida que a protecção melhora, menos ataques violam as defesas e o custo do cibercrime diminui. A confiança (o “combustível” que impulsiona a economia digital), também pode fortalecer a posição da organização e levar a novas oportunidades de criação de receita com os clientes. «A confiança na organização é especialmente útil quando os concorrentes não inspiram os mesmos níveis de confiança. Num cenário de ameaças em expansão com ataques mais sofisticados, a questão principal é: como as organizações podem reorientar os recursos para fazer as maiores melhorias na protecção da segurança cibernética?», questiona a Accenture.

O rápido crescimento da perda de informação nos últimos anos é uma tendência considerada preocupante, não só pelas empresas, mas também pelos próprios analistas. Regulamentações como o RGPD (Regulamento Geral sobre a Protecção de Dados) visam tornar as organizações e os seus executivos mais responsáveis, pela protecção dos activos de informação e pelo uso responsável dos dados dos clientes. «Futuros incidentes de perda de informações (roubo) podem aumentar significativamente o impacto financeiro desses ataques à medida que os reguladores começarem a impor multas. O custo da interrupção dos negócios – incluindo a diminuição da produtividade dos funcionários e falhas nos processos de negócios que ocorrem após um ataque cibernético – continua a aumentar a um ritmo constante», salienta a Accenture.

Tudo convida ao risco
Os custos associados à perda de informações estão a aumentar de forma mais rápida que qualquer outra consequência do cibercrime, com o uso extensivo de tecnologias de criptografia a proporcionar, segundo as contas da Accenture, uma economia líquida de 850 mil de dólares. «Embora o retorno seja menor, as organizações também devem considerar o uso de tecnologias de prevenção de perda de dados, quando apropriado».

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