Em Foco

Cem edições depois: oito anos a contar a transformação digital de Portugal

Da cloud à inteligência artificial, passando pela cibersegurança e pelo trabalho remoto, o sector tecnológico mudou profundamente. A businessIT acompanhou essa evolução. E continua a dar-lhe voz.

Freepik

A automação e orquestração da resposta a incidentes serão indispensáveis, sobretudo num cenário em que «os ambientes híbridos, a proliferação de dispositivos ligados à Internet e a descentralização das infra-estruturas tecnológicas colocarão novos desafios ao controlo e à visibilidade da segurança». Mas haverá sempre um factor transversal: «O factor humano continuará a ser uma variável crítica, sendo essencial investir na sensibilização e formação contínua dos utilizadores». No fim, o verdadeiro diferencial estará na capacidade de conjugar tecnologia, processos e pessoas: «A resiliência organizacional, vista de forma integrada, será o verdadeiro diferencial das empresas mais bem preparadas para enfrentar o futuro digital».

Mitel: comunicações inteligentes com o factor humano no centro
Para Cláudio Moreira, country manager da Mitel Portugal, os últimos oito anos foram sinónimo de aceleração sem precedentes na transformação digital do País: «A pandemia foi um ponto de viragem, obrigando as organizações a adoptar modelos de trabalho remoto e a investir em infra-estruturas de comunicação mais robustas e seguras», afirma. A mudança de paradigma é visível nas novas prioridades tecnológicas: «Hoje, a cloud, a mobilidade e a colaboração são prioridades estratégicas». Paralelamente, as empresas tornaram-se mais exigentes: «A maturidade digital aumentou significativamente e, com ela, a exigência por soluções mais integradas, escaláveis e orientadas à experiência do utilizador». O sector das comunicações empresariais não ficou à margem desta revolução. «O abandono progressivo dos sistemas tradicionais e a transição para soluções baseadas na cloud marcaram esta década», salienta Cláudio Moreira. A comunicação unificada como serviço ganhou protagonismo, ao passo que a integração com plataformas de colaboração, como o Teams ou o Zoom, se tornou um standard; «A crescente adopção de soluções híbridas que combinam mobilidade, segurança e escalabilidade foi também um marco importante». Do lado da inovação, o gestor sublinha a importância crescente da inteligência artificial «para suporte ao cliente, análise de chamadas e melhoria da experiência dos utilizadores».

Cláudio Moreira © Mitel

Neste contexto, a Mitel tem procurado antecipar tendências e responder à evolução do mercado. «Reforçámos o nosso foco na cloud, expandimos o portefólio de soluções de UCaaS e investimos na integração com plataformas de produtividade já existentes nos ambientes dos nossos clientes», afirma o responsável. A empresa apostou também em modelos de negócio mais flexíveis e na criação de valor através de uma relação próxima com clientes e parceiros: «Continuámos a crescer com base numa abordagem consultiva, com a ambição de garantir soluções robustas, fiáveis e preparadas para o futuro».

Olhando para os próximos oito anos, Cláudio Moreira antevê sector ainda mais orientado por dados e inteligência artificial: «O futuro das comunicações empresariais será marcado pela integração de IA generativa, automação e analítica avançada». Entre os grandes desafios, destaca «a necessidade de garantir interoperabilidade entre plataformas, proteger os dados em ambientes distribuídos e, sobretudo, atrair e reter talento tecnológico num contexto globalizado».

Eurotux: de operador tecnológico a parceiro estratégico
A última década trouxe não apenas evolução, mas também maturidade ao panorama tecnológico português, afirma Jorge Paiva, chief commercial officer da Eurotux: «Assistimos a uma aceleração da transformação digital nas empresas, impulsionada não só pela pandemia, mas também pela crescente exigência em torno da cibersegurança, resiliência dos sistemas e eficiência operacional». As TI deixaram de ser um mero suporte técnico para assumir um papel de verdadeira alavanca de negócio: «O foco das empresas evoluiu de uma visão meramente operacional da tecnologia para uma abordagem mais estratégica, onde as TI são um catalisador de negócio». No caso da Eurotux, este caminho reflectiu-se em resultados: «Os últimos oito anos foram de crescimento contínuo, com um registo maior desde o início da pandemia».

Deixe um comentário