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Cem edições depois: oito anos a contar a transformação digital de Portugal

Da cloud à inteligência artificial, passando pela cibersegurança e pelo trabalho remoto, o sector tecnológico mudou profundamente. A businessIT acompanhou essa evolução. E continua a dar-lhe voz.

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Quanto ao futuro, o director-geral da Fujitsu Portugal prefere a cautela na previsão, mas enumera áreas emergentes com elevado potencial: «Modelos de IA mais inteligentes, proactivos e com capacidades generalistas (IA Autónoma e Multimodal como padrão); a expansão radical da automação (IA + robótica), com robôs generalistas, veículos autónomos nível 5 ou automação logística; a integração ‘humano-máquina’, com soluções de neurotecnologia e interfaces cérebro-computador; a computação quântica funcional; e a revolução energética e computacional verde, com data centers sustentáveis, chips mais eficientes e IA orientada por sustentabilidade», entre outras.

HP: da impressão inteligente à experiência de trabalho personalizada
Renato Graça, marketing manager da HP Portugal, admite que os últimos oito anos foram pautados por «avanços estruturais» que alteraram profundamente o sector das tecnologias de informação, com destaque para a adopção da inteligência artificial: «A integração de IA nos dispositivos HP redefiniu a produtividade e a segurança em ambientes híbridos», afirma. Um exemplo claro dessa transformação é a criação da plataforma HP Workforce Experience Platform, que «permitiu personalizar a experiência digital dos colaboradores com base em dados e IA, optimizando a gestão de dispositivos e reduzindo custos operacionais».

Na área da impressão, tradicional bastião da marca, a inovação caminhou no sentido da sustentabilidade e da inteligência aplicada aos processos. «Soluções como o HP Managed Print Services e o HP Wolf Security para impressão trouxeram maior controlo, protecção de dados e eficiência energética», sublinha Renato Graça, acrescentando que a «impressão tornou-se mais integrada nos fluxos de trabalho digitais, com foco na mobilidade, na cloud e na neutralidade carbónica». A sustentabilidade, aliás, atravessa todo o modelo da HP. «Desde o uso de materiais reciclados nos equipamentos até programas como o HP Carbon Neutral Computing e o HP Planet Partners, que reforçam o compromisso com a economia circular», o objectivo é claro: alinhar a inovação tecnológica com responsabilidade ambiental.

Entretanto, nos últimos anos, a HP «deixou de ser apenas uma fornecedora de hardware para se afirmar como parceira estratégica na modernização do local de trabalho», defende o responsável. A aposta passou por soluções que conjugam tecnologia e experiência do utilizador: «Com soluções como a HP Workforce Experience Platform, que recorre à IA para personalizar e optimizar a gestão de dispositivos, e com o programa HP Amplify, que capacita os parceiros com dados e ferramentas, reforçámos um posicionamento centrado em produtividade, segurança e sustentabilidade». Renato Graça antecipa uma década onde se cruzam inteligência artificial, sustentabilidade e bem-estar no trabalho: «A IA tornar-se-á uma expectativa básica, exigindo uma implementação ética e centrada nas pessoas»; e alerta para desafios que se acentuam: «A escassez de talento, a requalificação contínua e a cibersegurança serão desafios críticos».

Check Point: proteger um perímetro que já não tem fronteiras
Rui Duro, responsável da Check Point em Portugal, não hesita em reconhecer a transformação que o sector viveu ao longo da última década. «Podemos dizer claramente que se assistiu a mudanças profundas na forma de funcionar das empresas, com a questão da cloud e da mobilidade», afirma. A migração para serviços SAS e o crescimento do trabalho remoto mudaram definitivamente a dinâmica empresarial: «A aceleração digital foi evidente, principalmente no pós-COVID».

Rui Duro © Check Point

Entre os marcos mais relevantes para o sector da cibersegurança, Rui Duro destaca a inteligência artificial como elemento duplo: potenciador e, ao mesmo tempo, gerador de novos riscos: «A inteligência artificial veio permitir obter melhores níveis de segurança, mas igualmente maiores desafios». A mobilidade, com soluções como SASE e SD-WAN, e a automatização da segurança são também áreas-chave de evolução. A Check Point procurou acompanhar estas mudanças, mantendo uma visão de longo prazo sobre a protecção digital: «Por um lado, seguiu as necessidades e tendências do mercado, por outro, consolidou a sua perspectiva de plataforma, e ultimamente avançou para aquilo que chamamos de Continuous Threat Exposure Management (CTEM)».

Rui Duro acredita que, nos próximos tempos, o tema da IA será, incontornavelmente, um dos focos: «A inteligência artificial irá estar no centro do furacão de diferentes formas: o uso de IA para a protecção das empresas; o uso de IA para novos e melhores tipos de ataques; o controlo da informação partilhada com a IA, e que IA vamos usar». Mas há mais desafios no horizonte: «Outra área que irá provocar alterações e desafios serão as novas formas de comunicação, e os novos serviços que essa comunicação irá permitir».

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