Um estudo da Strand Partners encomendado pela Amazon Web Services (AWS) mostra que as empresas nacionais estão a apostar cada vez mais em tecnologias digitais. Assim, as organizações portuguesas aumentaram os seus investimentos em 61% desde Setembro de 2022, um valor que é dez pontos
percentuais acima da média europeia (51%). Esta aposta do tecido empresarial nacional passa, em parte pela adopção da cloud, que cresceu para 27% no ano passado.
De acordo com o ‘Desbloquear as Ambições da Europa sobre Inteligência Artificial (IA) na Década Digital’, 35% das empresas portuguesas adoptou tecnologias de IA em 2023, comparativamente a 28% em 2022, o que significa um crescimento de 25%. A aposta do tecido empresarial nacional passa também, em parte pela adopção da cloud, que cresceu para 27% no ano passado.
O relatório, feito com base em entrevista a mil empresas e cidadãos nacionais, revela que a manter-se esta taxa de adopção da IA em Portugal, assim como de outras tecnologias digitais avançadas o impacto económico total poderá chegar, até 2030, aos 61 mil milhões de euros.
A verdade é que já se nota os benefícios trazidos pela inteligência artificial nas empresas e 70% dos inquiridos que usa a tecnologia refere um aumento das receitas e da produtividade. No entanto, a utilização da IA e de outras tecnologias digitais está actualmente mais concentrada nas empresas de maior dimensão – 45% em comparação a apenas 32% das PME.
A maioria das empresas portuguesas entrevistas considera que a inteligência artificial vai transformar completamente, ou em grande parte, os seus sectores (64%) e mais de dois terços (77%) afirma que as tecnologias digitais desempenham um papel importante ou mesmo essencial na concretização dos seus objectivos de crescimento a cinco anos.
Além disso, segundo o estudo, 71% das empresas tem dificuldades em contratar talento com boas competências digitais e isso está estão a atrasar o seu crescimento. Este valor é bastante mais baixo na Europa, onde a média é 44%. Por outro lado, 74% das organizações nacionais prevê que, em apenas cinco anos, as competências digitais ultrapassarão as qualificações universitárias tradicionais em termos de importância para a maioria das funções.
Desta forma, para desbloquear todo potencial trazido pelas tecnologias digitais avançadas, o País terá resolver três questões, segundo a AWS: «criar um ambiente favorável à inovação; colmatar o défice de competências digitais e garantir que as empresas de todas as dimensões têm acesso às tecnologias mais recentes».
Suzana Curic, a nova Country Leader da AWS em Portugal e Espanha, explica que o País se «depara com uma oportunidade sem precedentes. As empresas reconhecem as vantagens da IA para o seu crescimento e produtividade, enquanto as pessoas reconhecem o seu poder de transformar a forma como vivem e abordam os maiores desafios da sociedade. Para alcançar todo o potencial da inteligência artificial, é essencial que Portugal disponibilize o apoio correcto à estratégia das competências digitais e à segurança regulamentar, de modo a apoiar as ambições das empresas e dos cidadãos».
