Um exemplo de inovação
O exemplo da Claranet é notório deste equilíbrio. Nascida como Esotérica, esta pequena empresa do Porto fundada há quase trinta anos pelas mãos de cinco sócios tornou-se o primeiro fornecedor de acesso à Internet em Portugal. «Na altura, inovámos, reinventámos o nosso modelo de negócio. Aquilo que fazemos hoje nada tem que ver com o que fazíamos», disse António Miguel Ferreira, presidente e CEO da Claranet Portugal na conferência final do Prémio Nacional de Inovação. «De uma pequena startup com cinco pessoas, passamos a mil colaboradores, sendo o maior fornecedor de serviços de tecnologias de informação em Portugal, com mais de duzentos milhões de euros de volume de negócios». A inovação esteve na génese da Claranet, neste caso a inovação em termos de modelo de negócio, não de produto. «Ao longo destes 28 anos fomo-nos reinventando», mencionou perante uma plateia de mais de uma centena de pessoas.
Mário Campolargo, secretário de estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, presente na mesma cerimónia, admitiu que a resposta colectiva aos desafios «implica seguramente» a introdução de novas ideias, novas tecnologias, novos processos, especialmente novos modelos de negócios, criando oportunidades para o empreendedorismo e estimulando a competitividade em todos os sectores: «Se queremos um mundo novo, não podemos deixar de celebrar e promover – como aqui fazem todos estes parceiros – o papel essencial da inovação na sua geração».
Admitindo que a inovação é fundamental para impulsionar a economia, até porque estimula a criação de empregos, o investimento e gera riqueza, Mário Campolargo lembra que as empresas inovadoras têm maior probabilidade de expandir os seus negócios e de conquistar, ou mesmo criar, novos mercados, aumentando a competitividade à escala global: «A título de exemplo, a aposta que temos feito em investimentos em investigação e desenvolvimento e, sobretudo, a I&D financiados por e para benefício do setor privado, tem permitido criar um ambiente propício à inovação, incentivando a colaboração entre empresas, universidades e institutos de investigação».
Benefícios além dos económicos
Mas os benefícios da inovação não são apenas económicos, têm um impacto significativo na sociedade como um todo, ajudando a melhorar a qualidade de vida das pessoas, proporcionando soluções para os múltiplos desafios sociais, como sejam a saúde, a educação, a energia ou a sustentabilidade ambiental. A app SNS24, que «coloca a assistência médica na palma da mão» ou os leitores inteligentes de consumo de energia que já «existem em tantas casas», foram dois exemplos concretos de mecanismos que a inovação colocou ao nosso dispor para melhorar, respectivamente, a nossa saúde e o nosso ambiente. «Temos inovado na forma como disponibilizamos serviços públicos, encontrando maneiras de os prestar que não são apenas mais eficientes, mas também que servem melhor as expectativas dos cidadãos e também das empresas», disse Mário Campolargo.