Assim, a automação seria fundamental para compensar a dificuldade que as organizações têm em atrair e reter recursos qualificados em processamento, análise e gestão de dados. Na sua migração para arquitecturas nativas da nuvem, muitas organizações estão a enfrentar rapidamente uma transformação digital que não podem aproveitar totalmente, pois não conseguem armazenar e gerir a grande quantidade de dados à sua disposição. Isso, dizem os especialistas, leva a que as empresas não consigam atingir níveis de segurança e análise necessários e confiáveis, estando longe de conseguir lidar com dados fiáveis que agreguem valor ao seu negócio.
Mudanças são demasiado rápidas
Uma pesquisa da Dynatrace, realizada entre 1300 directores de operações e CIO de empresas do sector de TIC, concluiu que 77% reconhecem ocorrer mudanças nos seus ambientes, pelo menos uma vez por minuto. Pelo menos. Ou seja, em mais de 70% dos casos, as equipas vêem superadas as suas capacidades para gerir e analisar os dados de forma confiável. «Apesar de recorrerem a várias soluções de monitorização e análise de dados, as respostas não chegam com a rapidez necessária», diz a Dynatrace. Para 45% dos inquiridos, o custo de gerir este volume de dados com segurança e observabilidade é demasiado alto.
Nesse sentido, defende a Dynatrace, as equipas técnicas ficam sobrecarregadas com o enorme volume de informação gerada e, apesar de utilizarem, em média, até uma dezena de ferramentas de monitorização, conseguem uma observabilidade média de apenas 9% das informações.
Neste documento, 43% dos entrevistados admitem que as actuais abordagens de armazenamento e análise de dados são insuficientes para responder às necessidades futuras das organizações. Para agravar a situação, 64% dos inquiridos reconhece encontrar grandes dificuldades em atrair e reter pessoal qualificado que lhes permita gerir e analisar os dados que armazenam e processam nos seus espaços cloud, de resto como já havíamos referido.
Essa dificuldade poderia ser mitigada, em parte, com a automação, como afirmam 93% dos participantes nesta pesquisa da IDC, algo que também poderia ajudar a reduzir o risco de burnout dos próprios trabalhadores, devido à crescente complexidade nos ambientes cloud e no desenvolvimento do tratamento de dados.
A importância dos dados
No IDC Future of Intelligence, AI & Automation 2022, realizado em Junho, a IDC lembrou que as organizações não sentem verdadeiramente que os dados sejam o novo petróleo, como tanto se apregoa – ou que são verdadeiramente uma matéria-prima. Prova disso, segundo Bruno Horta Soares, leading executive advisor da IDC Portugal, é que as empresas «não sabem quantos dados têm».