O que pensam as empresas nacionais
José Oliveira, CEO da BI4ALL, diz que Portugal, «dada a sua localização estratégica», é uma «excelente opção para a instalação de empresas tecnológicas», tem «bastante potencial» e está «muito receptivo aos empreendedores de tecnologia» Para este responsável, o País está no «bom caminho» para ser o hub tecnológico da Europa.
Alinhada com esta ideia, a Noesis vê a situação «com muitos bons olhos». O CTO Nelson Pereira refere que o País está a criar um «ecossistema tecnológico dinâmico e em forte expansão» que pode ter «uma posição privilegiada para se tornar um tech hub europeu de referência» – isto vai trazer «desenvolvimento económico para o País e para as empresas, em geral».
Já Nuno Archer, fundador e CEO da Winsig, é mais crítico da visão que coloca o País na rota de ser o próximo hub mundial a seguir ao dos EUA: «A nível dimensional, Silicon Valley resulta de uma junção de muito talento e elevado capital. Portugal tem algum talento, mas não tem os mesmos recursos de TI».
O administrador da SoftFinança, Luís Teodoro, reconhece que Portugal é um «paraíso para as tecnológicas em expansão», mas realça que a «grande desvantagem» está no facto de as empresas nacionais, «mesmo as mais conceituadas, mas sem projectos de envergadura global», terem «dificuldade em reter talento», uma vez que os colaboradores «estão constantemente a ser cobiçados por outras empresas, numa concorrência desigualdade».
As vantagens de ser “o centro” do mundo tech
São vários os benefícios referidos pelo facto de Portugal ter um papel central na estratégia de muitas organizações. A criação de emprego, muitas vezes até fora das duas principais cidades nacionais, foi um dos benefícios citado por todos os entrevistados. O crescimento da economia foi outro dos factores positivos apontados, como refere o presidente da Porto Tech Hub: «A entrada de cada vez mais empresas tecnológicas em Portugal, que abrem centros de desenvolvimento, é, na generalidade, positiva, não só para o ecossistema tech, como também para a própria economia. Vem promover a criação de riqueza, com a tecnologia a ocupar uma fatia cada vez maior no que respeita ao PIB nacional».
Já Paulo Mendes Cabeçadas fala da «criação de novos postos de trabalho qualificado, o acesso e capacitação do talento nacional as tecnologias de ponta, projectos de âmbito internacional em ambientes multiculturais e a aumento natural dos salários praticados» neste sector».
