No mesmo sentido, o recente Global Interconnection Index Vol. 5, da Equinix, conclui que a economia digital continua a impulsionar a largura de banda de interconexão mundial, esperando-se que cresça a um ritmo de 44% (CAGR) até 2024, atingindo quatro vezes o total de 2020. «Na verdade, prevê-se que a largura de banda de interconexão venha a ser quinze vezes maior que a Internet!»
Um imperativo de negócio
Para a Atos, o investimento na nuvem é claramente um imperativo de negócio nos dias de hoje. Paulo Mendes Cabeçadas, account executive da Atos Portugal, disse à businessIT que os seus benefícios, tais como agilidade, escalabilidade, segurança, monitorização, manutenção e disponibilidade permitem responder em tempo útil às necessidades de um mercado dinâmico onde as diferentes empresas actuam. «Como em qualquer decisão de negócio, as organizações devem, quando da elaboração do seu plano de negócio, tomar em consideração o seu investimento na nuvem de acordo com o seu plano estratégico a médio e longo prazo». Uma decisão que o gestor classifica de «crítica» e que passa pelo tipo de nuvem a adoptar – pública, privada e híbrida – «tendo cada uma delas os seus benefícios e as suas contrapartidas, devendo esta tomada de posição estar alinhada com a arquitectura actual e futura». Paulo Mendes Cabeçadas assume que esta decisão se revela de particular importância, podendo mesmo condicionar todo um plano de negócio, devendo as organizações estar cientes que se trata de um investimento que poderá impactar na competitividade e inovação da empresa. «As estatísticas demonstram que o insucesso de uma migração para a nuvem, que possa pôr em causa a viabilidade das próprias organizações deve-se essencialmente a ausência de um plano de negócio definido para a migração para a nuvem bem como uma falta de planeamento dessa mesma migração. A adopção da nuvem apenas deverá ser considerada caso se obtenha benefícios tangíveis para o negócio».
Um falso dilema
Já para Eulalia Flo, directora-geral da Commvault para Portugal e Espanha, estamos perante um «falso dilema». A responsável não tem dúvidas de que a adopção da cloud pode ser ágil como o negócio exige e, ao mesmo tempo, não delapidar o seu orçamento em infra-estruturas excessivas. «Agora, que as empresas procuram o selo RSE, também é preciso pensar na pegada de carbono da tecnologia. Outro aspecto a considerar é que o talento é cada vez mais escasso: não se pode desperdiçar o tempo dos engenheiros e programadores a gerir ferramentas ou a desenvolver scripts para proteger os seus dados ou ambientes de desenvolvimento».
A verdade é que, globalmente, a maioria das grandes empresas – 75%, segundo o Gartner – já migrou muitos dos seus recursos, dados e aplicações para a nuvem, pública e privada. «Estamos a falar de grandes ambientes de TI que exigem governança adequada de todos os activos, devido a questões de segurança e uso desses activos, mas também devido a questões de custo» disse à businessIT o gabinete de comunicação da IFS. «Muitas vezes, os serviços de nuvem contractados não são utilizados em todo o seu potencial, às vezes por barreiras tecnológicas, mas muitas vezes porque os membros da organização não estão cientes de seu potencial ou simplesmente não sabem como aproveitar ao máximo este valioso recurso».