Como nota final, o responsável da SAP referiu o quão pouco provável é a discussão da generalização desta análise. «Até porque tudo é uma questão de dimensão. É garantido que o peso dos custos que a infra-estrutura na nuvem tem nos custos globais das empresas é significativo nas empresas de maior dimensão, em particular, naquelas em que as infra-estruturas na nuvem são cruciais para o seu negócio e desenvolvimento de aplicações, tal como acontece com as empresas que são alvo de análise no estudo publicado. Mas também é certo que, em Portugal, a existência de empresas com estas características é diminuta».
Liberty: há cinco anos na nuvem
Na companhia de seguros Liberty, o caminho para um novo modelo na cloud começou há mais de cinco anos, quando a empresa decidiu, como grupo, empenhar-se em salvaguardar que continuaria «a ser ágil e flexível para com os colaboradores, clientes e parceiros», explicou à businessIT Alexandre Ramos, CIO da Liberty na Europa Ocidental. «Tínhamos a consciência de que era obrigatório projectar o futuro e tomar as decisões mais acertadas e, para nós, era certo que tal passaria por transitar tudo para a cloud pública».~
Antes de iniciar, em 2019, a implementação do seu ecossistema, a empresa garante ter feito todos os testes para perceber como gerir a cloud de forma eficiente, tirando partido da mesma, controlando custos e, mais importante, dotar as equipas com o conhecimento e ferramentas necessárias. Quando iniciaram este caminho baseado num ecossistema digital na cloud pública o objectivo foi, segundo a empresa, simplificar todo o processo relacionado com a comercialização e gestão de seguros para todas as suas operações na Europa. «O novo modelo é baseado em diferentes processos e tecnologias para gerir orçamentos, reclamações, serviços ao cliente, compras e outras actividades centrais e representa uma complexidade de sistemas, hardware e software que podem ser diferentes em cada país onde as empresas operam».
Investimento de cem milhões
O investimento de 100 milhões de euros, «pensado para construir um novo conjunto de tecnologias modulares e colaborativas de forma a garantir um negócio de seguros na cloud, vai garantir que o dia-a-dia dos nossos agentes seja mais ágil e eficiente, o que terá um impacto significativo nos clientes». Através deste modelo, a seguradora diz poder construir uma oferta totalmente personalizada e adaptada a cada um, «um conceito disruptivo no sector segurador enquanto mantemos a flexibilidade e agilidade na gestão da cloud e de todos os processos e tecnologias envolvidos».
Para Alexandre Ramos, um modelo na cloud permite ainda que os colaboradores possam trabalhar em qualquer lugar e ter acesso a toda a informação de forma rápida e segura, o que impulsiona também uma maior produtividade. «Mais ainda, investir na cloud permite uma gestão objectiva de benefícios de negócio e custos, com base em ferramentas e conhecimento, aliado a uma equipa altamente motivada e que pretende atingir o custo de oportunidade e de gestão únicos». É certo, diz o responsável, que quem adoptar uma abordagem à cloud sem preparação e sem uma equipa qualificada, «como a nossa», correrá efectivamente alguns riscos, dependendo de mais recursos e meios para atingir o mesmo resultado. «No nosso caso, com base nas competências locais, regionais e globais, aspiramos continuar nesta abordagem 100% cloud com a confiança de nos mantermos eficientes na gestão do custo versus benefício».