Assim, segundo este responsável, a estratégia da Red Hat nos últimos anos tem-se focado fundamentalmente no desenho de soluções e arquitecturas que permitam endereçar este desafio. «Do nosso ponto de vista este movimento para a cloud deve ter em conta três pressupostos essenciais. Primeiro, garantir arquitecturas aplicacionais nativas para ambientes cloud, de forma a optimizar ao máximo a utilização de recursos das respectivas clouds. Depois, utilizar plataformas de desenvolvimento e execução de soluções, transversais a ambientes híbridos/multicloud, garantindo assim flexibilidade na escolha da infra-estrutura/cloud a utilizar em cada momento. Por último, a automatização por código, de todo o ciclo vida dos sistemas de informação, desde a plataforma, ao desenvolvimento e operação dos sistemas. Mais uma vez garantindo independência das clouds ou infra-estruturas seleccionadas em cada projecto, minimizando o custo de mudança». Edgar Ivo garante que estes três princípios permitirão às organizações encontrar em cada momento as opções financeiramente mais vantajosas, garantindo em simultâneo a capacidade de utilizar os serviços específicos de cada cloud verdadeiramente diferenciadores. «Adicionalmente, estes princípios garantem também a definição de standards transversais, tão importantes num momento de escassez de competências no mercado das TI».
Riscos de crescimento estão protegidos
«Antes de qualquer consideração, importa clarificar que esta análise aborda os serviços de infra-estrutura na nuvem (IaaS) e não as vertentes em que assenta a oferta da SAP, ou seja, nas aplicações na nuvem (SaaS) e na plataforma como um serviço (PaaS)», disse à businessIT Joaquim Freire, director do negócio de cloud da SAP Portugal. «Pode referir-se com segurança que o modelo de oferta de aplicações na nuvem protege as empresas dos riscos de crescimento excessivo do custo das infra-estruturas enunciadas no artigo», comentou. «Genericamente, o custo das nossas soluções SaaS está, muito vezes, associado ao número de utilizadores ou ao volume de transacções, protegendo os clientes do eventual crescimento dos custos das infra-estruturas na nuvem». Em relação ao exposto no artigo, Joaquim Freire concorda que a eficiência e a constante optimização da utilização dos recursos da infra-estrutura é um factor crítico de sucesso. «E isto consegue-se com recursos humanos altamente qualificados, bem como com políticas de incentivos para os colaboradores que desenvolvem as aplicações».
Défice de recursos humanos é preocupante
Já quanto à preocupação com a estrutura de custos, Joaquim Freire diz ser importante, mas defende que dois tópicos, que não foram abordados no artigo, são fundamentais. Desde logo, «o conhecimento exigido pela gestão e administração das infra-estruturas e aplicações. Neste momento, há um défice de recursos humanos nas áreas digitais, não só em Portugal, mas também na Europa. Um retrocesso na actual evolução para a nuvem levaria a um aumento considerável dos recursos humanos necessários e, em paralelo, a um crescimento exponencial dos custos associados». O segundo ponto destacado por Joaquim Freire prende-se com a segurança da informação: «Este tema está na ordem do dia e é cada vez mais relevante, pois tem impacto direto na imagem, reputação e valor de mercado das empresas. Ninguém, enquanto cliente ou colaborador, quer trabalhar com entidades que não ofereçam garantias de segurança e protecção, por exemplo, ao nível da informação pessoal e privada das suas transacções».