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Os desafios de uma saúde (cada vez mais) digital

As organizações de saúde, públicas e privadas, continuam a lutar para responder à pandemia da COVID-19 e adaptar as suas operações para cumprir outros aspectos da sua missão de assistência. No entanto, há que começar a definir e preparar o futuro deste sector no meio de incertezas económicas, reguladoras e sociais. Como será o panorama pós-COVID-19?

Tom Claes/Unsplash

Além disso, um relatório de índice corporativo da Nutanix descobriu que 70% dos entrevistados do sector de saúde relataram «que a COVID-19 fez com que as TI fossem vistas de forma mais estratégica nas suas organizações», dando um rápido crescimento à transformação digital. Os entrevistados esperam que as implantações de nuvem híbrida aumentem em 32 pontos percentuais nos próximos cinco anos, concluiu o estudo.

Edgar Silva corrobora a aptidão pela nuvem até porque a cloud fornece armazenamento ilimitado para organizações de saúde, entidades que classicamente geram grandes quantidades de dados de sistemas clínicos, especialmente sistemas de imagem. «Muitos desses dados precisam ser armazenados a longo prazo, e o armazenamento em nuvem pode ser uma solução mais acessível do que expandir os data centers no local. A nuvem também oferece vantagens para sistemas hospitalares que precisam partilhar facilmente informações, imagens e registos em vários locais de atendimento, independentemente da localização física ou compatibilidade do sistema de rede».

Por outro lado, diz o especialista, a nuvem também traz a promessa de apoiar os esforços analíticos de big data, particularmente os esforços que abrangem várias organizações. Exemplo disso é a Amazon Web Services que anunciou o lançamento do HealthLake, um serviço de armazenamento e análise em nuvem que permite aos cuidados de saúde e ciências biológicas gerir e aplicar a aprendizagem de máquina para analisar dados na nuvem.

Proactividade dos pacientes
Em resumo: a pandemia confrontou os pacientes com a necessidade de serem mais proactivos no cuidado de si próprios, e os serviços remotos e virtuais mostraram a gama de opções de atendimento que têm, tudo devido à tecnologia. As expectativas dos consumidores mudaram nos últimos anos, em parte devido às suas experiências em outros sectores. Da entrega ao domicílio de medicamentos prescritos a aparelhos electrónicos sofisticados que medem os sinais vitais da saúde, como o Apple Watch ou dispositivos como o electrocardiograma pessoal, a saúde está a tornar-se um negócio mais voltado para o consumidor.

À medida que as vacinas e as medidas de saúde da população se estabelecem para controlar melhor a pandemia, os pacientes, como consumidores, provavelmente desejam a conveniência de interagir virtualmente com os prestadores de cuidados. Ou seja, estamos num ponto sem retorno.