A Glintt – Global Intelligent Technologies criou uma aplicação de reconhecimento de voz para a Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP) que promete transformar a forma como se fazem registos clínicos.
A app é fruto de uma parceria com a AB Consulting e destaca-se pela sua capacidade de integração do texto gerado no processo clínico electrónico, permite que, através da voz, o médico faça o registo das notas clínicas diárias, tanto na consulta como no internamento, que posteriormente são convertidas em texto pela própria solução.
Além disso, o profissional de saúde pode aceder à lista de doentes internados e através da voz efectuar os registos que tradicionalmente o obrigariam a estar a uma secretária a escrever.
O projecto, que deu os primeiros passos em 2018, está desde o final do ano passado em fase de exploração do piloto e enquadra-se na estratégia de modernização adoptada pela Santa Casa da Misericórdia do Porto.
De acordo com António Tavares, provedor da instituição do Porto, «um dos principais desafios tem sido garantir que a SCMP acompanha a designada transformação digital, ou seja, que consegue tirar partido das novas tecnologias para satisfazer as necessidades de todas as partes interessadas, quer sejam externas ou internas. Neste contexto, temos lançado iniciativas como o desenvolvimento da app do médico com aplicação de alguns dos aceleradores de inovação, nomeadamente o reconhecimento de voz devidamente integrado no que designamos internamente por Mordomo Digital».
A parceria com a Glintt, que já leva 10 anos, «tem incentivado ao desenvolvimento de novos produtos aplicáveis na saúde e em outras instituições, sempre com o foco na p e no suporte à visão 360º dos cidadãos», acrescenta o executivo.
Já Filipa Fixe, executive board member na Glintt, esclareceu que os objectivos desta aplicação de voz são claros: «a nossa aplicação irá permitir à SCMP aumentar o tempo dedicado pelo médico ao doente; reduzir o tempo em tarefas de carater administrativo; e a mobilidade do médico que pode efetuar registos sem necessidade de estar fisicamente preso a um computador tradicional».
O provedor referiu ainda que a instituição tem de «balancear as actividades dos médicos com ferramentas que potenciem a sua produtividade e que colaborem directamente para a melhoria da prestação de cuidados de saúde com mais informação e desenvolvendo, a médio prazo, as linhas orientadoras para a Inteligência Artificial, auxiliando o médico no seu processo de decisão».
Segundo a Glintt, o projecto ainda vai evoluir e no futuro o reconhecimento de voz vai permitir que o médico tenha a possibilidade também de efectuar tarefas como a prescrição de exames, assim como o alargamento a outras áreas funcionais da actividade médica.