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AWS quer «democratizar» acesso à IA e para isso aposta em formação e inovação

A Amazon Web Services (AWS) realizou ontem o seu evento anual em Portugal no Centro de Congresso de Lisboa, onde mais 1300 participantes puderam constatar tudo o que a empresa está a fazer no domínio da inteligência artificial e da cloud.

André Rodrigues © AWS

Na keynote de abertura do AWS Cloud Experience Portugal, Amélie Clugnet Veron, managing-director da empresa para o Sul da Europa, falou do investimento realizado no País onde a tecnológica tem um escritório e uma rede CloudFront Edge.

A responsável falou ainda do memorando de entendimento com o Governo, o Mais Digital , que visa «apoiar a transição digital de Portugal e a modernização da administração pública e a capacitação e inclusão digital dos cidadãos».

A managing-director da AWS para o Sul da Europa referiu ainda que a «adopção de inteligência artificial em Portugal pode trazer 61 mil milhões de euros para a economia local até 2030». Para isso é preciso inovação, democratização da tecnologia e educação e foi precisamente nesse ponto que Amélie Clugnet Veron destacou a colaboração com o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) para formar mais de 130 mil pessoas em 25 instituições do ensino superior e as iniciativas AWS Educate, AWS Academy, AWS re/Start e PEWIT. A responsável deixou uma mensagem final indicando que «não há transformação sem educação».

No evento, André Rodrigues, head of technology for software companies da AWS para França e o Sul da Europa, salientou ainda que o «objectivo de formar mais 29 milhões de pessoas até 2025» já foi ultrapassado e que a empresa atingiu «31 milhões treinadas em todo o mundo no mês passado» garantindo que o «compromisso da ASW com a educação não para».

O responsável falou ainda das diversas revoluções tecnológicas existentes desde a industrial até à inteligência artificial e IA generativa e de como a AWS evoluiu de «quatro serviços (rede, armazenamento, base de dados e computação) para «mais de 200».

André Rodrigues revelou que a tecnológica tem como missão «democratizar o acesso à IA às organizações de forma responsável, segura e escalável» e disse que acredita que «tudo o que fazemos vai ter IA de forma embebida em que não vamos distinguir quando estamos ou não a usá-la».

O responsável falou ainda das três camadas existentes na AWS referentes à tecnologia de IA que correspondem à «infraestrutura em que treinam os modelos» e onde desenvolvem os próprios chips como AWS Trainium e Inferentia; a layer correspondente «aos modelos e ferramentas para construir apps» em que se encontra o Amazon Bedrock e se promove a utilização responsável da tecnologia e por último da camada de «aplicações que tiram proveito da IA» em que se destaca o Amazon Q. O head of technology for software companies da AWS para França e o Sul da Europa deu o exemplo da British Telecom que usando o Amazon Q Developer conseguiu gerar «100 mil linhas de código de forma automática» em poucos meses.

Amelie Clugnet
© AWS

Casos de sucesso e várias demos
Na abertura do evento, os clientes Unbabel e EDP mostraram como a AWS tem sido um parceiro estratégico. Vasco Pedro co-fundador e CEO da scaleup portuguesa de tradução esclareceu que trabalhar com a empresa de cloud «permitiu escalabilidade e servir clientes em todo o mundo» e que, além «da infraestrutura, também aproveitaram os programas de startup» da empresa. O responsável realçou que a tecnológica «tem sido um parceiro para inovação e que o markeplace tem sido um canal importante de vendas» e avançou que o modelo TowerLLM da Unbabel «vai estar embebido na Amazon Bedrock em breve».

Já João Nascimento, global head of digital global unit e CIO da EDP, indicou por que motivo trabalhar com a AWS é importante: «O aumento da electrificação da sociedade é cada vez mais central e é por isso que precisamos de mais energia renovável, que tem de ser cada vez mais distribuída. Para gerir esta complexidade necessitamos de transformação digital e de parceiros fortes para fazer esta viagem e aqui que entra a AWS».

A colaboração assenta e numa lógica de cloud em que a EDP quer «ser o mais possível cloud-native» com a ajuda e «conhecimento da AWS». Além disso, o responsável sublinhou que a tecnológica «tem um bom know-how do sector da energia e um mindset de inovação» o que tem sido vital a parceria de sucesso. «A transformação digital é crítica para liderar a transição energética», acrescentou.

No Centro de Congressos de Lisboa foi ainda possível assistir às demos da AWS que usam IA generativa para ajudar o dia-a-dia de pessoas em diversas indústrias. A AI Stylist, uma aplicação que permitw criar visuais através da combinação de diferentes peças de roupa e uma nova experiência de compras. A genAI Educational assistant ajuda os estudantes a melhorarem o processo de estudo através de transcrições de aulas, resumos e flashcards em 12 idiomas e a Medical genAI Assistant, transcreve consultas em tempo real; gera resumos; agiliza o processo de documentação e obtém informações adicionais, que os médicos podem necessitar para os seus diagnósticos. Esta ferramenta permite ao médico libertar-se de procedimentos administrativos e focar-se exclusivamente no paciente.

O AWS Cloud Experience Portugal contou ainda com mais de 30 sessões técnicas diferentes, 20 palestras inspiradoras e actividades com todo o tipo de parceiros, colaboradores e instituições públicas, startups, PMEs e grandes empresas, entre as quais a Ryanair, Outsystems, Openvia, RTP Play, Sendesk, SECIL, Grupo PIE, OMNIFLOW, e JUMIA.

 

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