Este ano, a OutSystems decidiu fazer uma série de eventos mais pequenos, em cada região onde está presente; na Europa, o local escolhido foi Cascais (Lisboa). Paulo Rosado, fundador e CEO da empresa, explicou que a OutSystems «tende a ser muito inovadora, mas nem sempre acerta nos tempos», dando o exemplo da cloud, que deu origem ao nome da tecnológica: «Em 2001, vimos que ia ser uma das tendências e decidimos optar pelo nome OutSystems ou seja fora do sistema, do data center. Passámos os dez anos seguintes a mudar a percepção de que éramos uma empresa de outsourcing. Só em 2023 é que a cloud se tornou mainstream». O conceito original da tecnológica era «automatizar o desenvolvimento de software para aplicações de missão crítica para empresas e lidar com a complexidade do desenvolvimento de software»; no futuro, este vai «continuar a ser o foco», disse o CEO.
Além disso, Paulo Rosado assegurou que «agilidade e rapidez são essenciais» na OutSystems, mas que, ao mesmo tempo, a empresa quer «oferecer uma escalabilidade e segurança cada vez maiores». Assim, o objectivo é que a OutSystems Developer Cloud «faça cada vez mais a gestão de aplicações usadas por mil milhões de utilizadores».
IA generativa será central
O CEO da OutSystems salientou que a IA faz parte da empresa há vários anos e que, em 2018, foi criada uma «equipa de investigação em redes neuronais profundas [deep neural networks] para o desenvolvimento de código». No entanto, a chegada do ChatGPT e da IA generativa veio acelerar o processo de integração da tecnologia na empresa – Paulo Rosado falou de três pilares que orientam a estratégia: «O primeiro, é ajudar os clientes com a IA, o segundo é optimizar o ciclo de vida das aplicações com IA e o terceiro é acelerar o desenvolvimento e a mudança com IA. Para isso, vamos fazer o que sempre fizemos, ou seja, estarmos no mundo como uma plataforma para a inovação e começar primeiro dentro da própria OutSystems».
Tiago Azevedo, CIO, explicou como é que a empresa começou a utilizar a tecnologia no dia-a-dia: «Foi com o apoio ao cliente, provavelmente como a maioria das organizações. A nossa ideia era permitir que os agentes fossem capazes de responder a questões mais complexas e, em seguida, vamos avançar para a resolução de problemas e, depois, para outras áreas».
O projecto Morpheus é a iniciativa na qual a OutSystems vai apostar nos próximos tempos e com a qual quer reduzir o tempo de desenvolvimento das aplicações, ao aplicar IA generativa. Paulo Rosado explicou que os objectivos passam por um aumento significativo da produtividade e iterações muito rápidas: «Queremos comprimir drasticamente o ciclo de desenvolvimento: uma aplicação que demora quatro a seis meses a desenvolver tem de ser feita, no máximo, em quinze dias».
No NextStep Exec Lisbon 23, clientes como a Petrobras, a Heineken, a EDP e a Zurich mostraram como usam o low-code para aumentar a produtividade, criar aplicações de negócio e modernizar os sistemas legacy.
