A Amazon Web Services (AWS) aproveitou o seu evento anual em Portugal para apresentar o estudo dedicado à adopção digital e à forma como o a cloud pode contribuir para ajudar a União Europeia (UE) atingir os objectivos definidos para a ‘Década Digital’ até 2030.
Segundo o ‘Unlocking Europe’s Digital Potential’, realizado pela Public First, se a UE acelerar o digital poderá conseguir mais de 1,5 biliões de euros em em valor acrescentado bruto (VAB), podendo chegar aos 2,8 biliões de euros no final da década. Isto equivale a quase 21% da economia actual dos 27 Estados-membros.
O estudo salienta ainda que 55% desta estimativa está intimamente relacionada com a cloud e que é necessário acelerar a economia digital já que as metas da ‘Década Digital’ ao ritmo actual só serão atingidas em 2040 e não no final desta década.
No pilar das empresas, UE está no bom caminho para atingir o seu objectivo de duplicar o número de unicórnios em 2030 (tinha 200, em 2021, o dobro de há quatro anos), mas em outras áreas não está a evoluir como devia e há muitas organizações não estão a aproveitar devidamente as mais recentes tecnologias.
O estudo encomendado pela AWS mostra que apenas 26% usam a cloud, 25% a inteligência artificial e 14% big data e que se as empresas europeias acelerassem a sua adopção da destas tecnologias em 10%, acrescentariam 370 mil milhões de euros à economia, um montante maior do que a indústria de serviços financeiros da União Europeia.
A área das competências digitais é outro dos pilares da ‘Década Digital’ e há diferenças significativas entre os países. O objectivo é de 80% da população da EU atinja as competências digitais básicas até 2030, mas o relatório acredita que o valor atingido será apenas de 61%.
Por outro lado, a escassez de competências digitais está e vai continuar a impedir o desenvolvimento das empresas com 79% das organizações a considerarem as estas como importantes ou essenciais, subindo para 93% entre as empresas que utilizam um elevado nível de tecnologia digital. Nestas últimas organizações, 40% diz ter sofrido um abrandamento do crescimento devido à escassez de skills e talento e registou um aumento de custos em 33%.
O terceiro pilar é aquele em que a Europa está melhor. Assim ao nível das infraestruturas, a UE espera ter 59% dos lares cobertos por Redes de Muito Alta Capacidade (VHCN) fixas até 2030. O relatório revela ainda que mais de 40% dos consumidores e mais de 50% das empresas escolheram a Internet mais rápida e fiável como a sua principal prioridade, em comparação com melhores estradas, caminhos-de-ferro e aeroportos.
Na administração pública (o último pilar da ‘Década Digital’), a UE quer ter 100% dos serviços públicos essenciais a funcionarem de forma digital, assim como 84% dos serviços destinados às empresas, e está no bom caminho: 75% dos serviços públicos essenciais já, são digitais.
De acordo com o estudo, 64% dos cidadãos da UE utilizam serviços governamentais digitais; 35% acedem a registos médicos ou identificação online; e 46% sentiram-se à vontade para provar a sua identidade online. A Public First estima que a transferência de 10% dos sistemas informáticos governamentais para a cloud poderia poupar aos contribuintes da UE mais de 900 milhões de euros por ano.
A AWS diz que «grande parte do impacto económico do digital «decorrerá da utilização de tecnologias como machine learning para automatizar as tarefas existentes e da requalificação dos colaboradores» e que pode ajudar, até 2025, «29 milhões de pessoas em todo o mundo a melhorar as suas competências técnicas com formação gratuita em computação na cloud».